Na moção aprovada por maioria, a Assembleia Intermunicipal do Oeste apoia a posição do conselho intermunicipal da OesteCim, que defendeu que “o processo de tomada de decisão final sobre a localização da nova infraestrutura aeroportuária complementar ao aeroporto Humberto Delgado deve reconsiderar a opção Ota”.

Na posição enviada ao primeiro-ministro e ao ministro do Planeamento e das Infraestruturas, os autarcas da região Oeste lembraram que a Ota deve ser equacionada tendo em conta “todos os constrangimentos” evidenciados nos estudos de impacto ambiental em relação à construção do novo aeroporto no Montijo.

Como fatores positivos a ter em conta para a localização da infraestrutura aeroportuária na Ota, a OesteCim relembrou as vantagens económicas e financeiras, o ordenamento do território e as acessibilidades já existentes.

Os autarcas desta região reiteraram a sua preocupação sobre a necessidade de o Governo tomar uma decisão rápida para a localização de um aeroporto complementar ao aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, cuja oferta “está esgotada”.

O administrador da ANA - Aeroportos de Portugal Francisco Pita admitiu, em Ponta Delgada, nos Açores, que o aeroporto de Lisboa "perde 1,8 milhões de passageiros por ano", dada a atual lotação daquela infraestrutura aeroportuária.

Francisco Pita reafirmou que o aeroporto de Lisboa deverá chegar este ano ao recorde de 29 milhões de passageiros, mas que "perde 1,8 milhões de passageiros por ano" enquanto não existir outra solução, como a que se prevê para 2022, data estimada para a abertura do aeroporto complementar no Montijo.

A localização do aeroporto internacional de Lisboa na Ota esteve prevista pelo Governo entre a década de 1960 e o ano de 2008, tendo a discussão em torno da infraestrutura aeroportuária estado mais acesa durante os governos de António Guterres e José Sócrates.

Em janeiro de 2008, o Governo chefiado por José Sócrates abandonou a opção Ota e escolheu Alcochete, após um estudo coordenado pelo Laboratório Nacional de Engenharia Civil, que indicava como mais favorável a localização do Campo de Tiro de Alcochete.

Dezasseis câmaras municipais da zona Oeste e da Lezíria assinaram o chamado Plano de Ação do Oeste, que contemplava investimentos na ordem dos 2,1 mil milhões de euros até 2017, para compensar os municípios pela deslocalização do futuro aeroporto de Lisboa da zona da Ota (Alenquer) para o campo de Tiro de Alcochete.

O acordo foi assinado com os 12 municípios do Oeste (Alcobaça, Alenquer, Arruda dos Vinhos, Bombarral, Cadaval, Caldas da Rainha, Lourinhã, Nazaré, Óbidos, Peniche, Sobral de Monte Agraço e Torres Vedras) e mais quatro da Lezíria do Tejo (Santarém, Cartaxo, Azambuja, Rio Maior).