No lançamento da primeira pedra do futuro quartel, na freguesia lisboeta de Marvila, Carlos Moedas (PSD), que é também engenheiro civil, decidiu não optar pela tradição de pôr mãos à obra: escolheu “fazer diferente” e entregar uma peça simbólica ao comandante do RSB, Tiago Lopes, a quem agradeceu o “excelente trabalho” de liderança do corpo municipal de bombeiros profissionais de Lisboa.
“O profissionalismo que encontrei nestes bombeiros é extraordinário, é um exemplo não só para Portugal, mas para fora de Portugal”, enalteceu, referindo que o novo edifício em construção “simboliza que Lisboa pode estar a liderar em muitas coisas”, além do empreendedorismo e da inovação – “pode liderar naquilo que é a proteção aos seus cidadãos, com os bombeiros”.
Carlos Moedas disse ainda que o lançamento da primeira pedra reflete a opção por “novos tempos” na cidade, em que o atual executivo dá continuidade a projetos já previstos e apresenta novas propostas. Aliás, referiu, a aprovação do orçamento municipal para 2022 confere “grau de liberdade para continuar a mudar a cidade para melhor”, uma vez que a liderança PSD/CDS-PP governa sem maioria absoluta.
“Esta é uma obra que vem de trás e que vamos levar para a frente e que vai ser um símbolo incrível para dar motivação àqueles que trabalham todos os dias”, reforçou, destacando o investimento nas condições de trabalho dos bombeiros e valorizando o papel destes profissionais na vida da cidade, em particular durante a pandemia de covid-19.
Acompanhado do presidente da Junta de Freguesia de Marvila, José António Videira (PS), o presidente da câmara reforçou o compromisso de “trabalhar em conjunto, não olhando para o partido político, mas sim para as pessoas”.
“Este quartel vai ser o comando, mas vai ser também um centro de formação e vai ser um centro de formação internacional. Os bombeiros de Lisboa têm sido um exemplo e têm sido exemplo para Portugal, mas também um exemplo para o estrangeiro e para aqueles que querem aprender tecnicamente”, apontou Carlos Moedas, ladeado pelos vereadores da Proteção Civil e Socorro, Ângelo Pereira (PSD), e da Manutenção e Obras Municipais, Filipa Roseta (PSD).
Quanto ao prazo de execução da obra, o comandante do RSB, Tiago Lopes, falou em “aproximadamente três anos”, prevendo-se que fique concluída em 2025, coincidindo com o final do atual mandato municipal.
Além de agradecer e valorizar o papel dos bombeiros, o presidente da Câmara de Lisboa deixou palavras de força para a continuação do trabalho, no qual o futuro quartel de comando e formação “é realmente um projeto importantíssimo”, ao apostar num “caminho de formação, de educação e de transformação da cidade”.
Atualmente, o comando dos RSB funciona nas instalações da Avenida Dom Carlos I.
Questionado sobre o futuro da liderança do PSD, o autarca recusou fazer comentários políticos por estar no local na qualidade de presidente da Câmara de Lisboa, reservando essas perguntas enquanto militante do partido para outro momento.
“Sou militante do PSD e quero muito bem e todo o bem que imaginam ao meu partido”, afirmou.
Sobre o fim de um ciclo de governação socialista na Câmara de Lisboa e a ambição de se repercutir também nas eleições legislativas, Carlos Moedas reiterou a necessidade de mudar a maneira de fazer política, defendendo que é preciso incluir as pessoas nas decisões e existir proximidade com os cidadãos: “É importante para todos os partidos, é importante para a nossa democracia e é importante para combater os populismos e os extremismos que cada vez vemos mais na política”.
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