“Esperamos que esse projeto tenha sucesso e possamos em breve vir a ter construção de comboios em Portugal, para dar resposta às necessidades que a CP”, afirmou Jorge Delgado.

O secretário de Estado falava à Lusa no final da viagem de reativação do Comboio Operário que estabelece a ligação entre o Complexo Ferroviário de Guifões, em Matosinhos, e a Estação de Contumil, no Porto, que irá transportar diariamente, de manhã e ao final do dia, cerca de 80 trabalhadores.

“Estamos a preparar um concurso para março que está a ser desenhado de forma que a que possamos valorizar, como mais valia, aquelas propostas que apresentarem a construção dos comboios em Portugal como uma prioridade”, disse Jorge Delgado.

Em declarações à Lusa, o presidente da CP, Nuno Freitas, afirmou que “o desafio é trazer uma fábrica de comboios para Portugal”.

“O projeto que temos, e por ele vamos lutar com todas as forças, é trazer uma fábrica de comboios para Portugal e, para isso, tentaremos influenciar ao máximo o ambiente económico para que esse projeto se concretize”, sublinhou.

Para Nuno Freitas, é “indiferente que seja a CP ou que seja um fabricante, o que é importante é que seja um modelo tipo Autoeuropa, em que quem fabrica comboios se estabeleça em Portugal. Depois haverá toda a indústria que fornece o fabricante de comboios que, obviamente, se instalará nas redondezas”.

O secretário de Estado das Infraestruturas disse ainda à Lusa que “não é por certo por falta de know-how interno e nacional que os comboios não serão construídos em Portugal”.

“O que nós temos é uma limitação do ponto de vista de contratação pública que nos impede de tomar uma decisão desta natureza, agora nada nos impede que possamos valorizar de alguma maneira as propostas que vierem a trazer a construção em Portugal”, acrescentou.

Em dezembro de 2020, na área de Manutenção e Engenharia da CP (inclui todas as oficinas) trabalhavam 1.091 trabalhadores.

As oficinas da CP localizadas em Guifões, Entroncamento e Barreiro, estão especialmente dedicadas a intervenções de grande imobilização.

Já em Contumil, foi criada uma estrutura oficinal de recuperação e reparação de material histórico e manutenção de primeiro nível às carruagens recuperadas e às carruagens ARCO. Nesta oficina, foi também criada uma estrutura para recuperação e manutenção das locomotivas 2600.

Na oficina da Figueira da Foz, que foi reaberta recentemente, realizam-se intervenções de primeiro nível no material que opera na linha do Oeste e reparações de caixas/retoques de pintura em outro material.

A reabertura desta oficina veio reforçar, segundo a CP, a capacidade de intervenção e aumentar a fiabilidade do material aí intervencionado, estabilizando a operação na linha do Oeste.

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