Lisboa vai receber nos dias 21 e 22 de setembro a conferência UNECE sobre o envelhecimento, organizada pela Comissão Económica da Região Europa das Nações Unidas (UNECE) e de onde vai sair a Declaração de Lisboa, com as linhas orientadoras de atuação dos Estados-membros para os próximos cinco anos.
Em declarações à agência Lusa, o ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social (MTSSS) apontou que Portugal é um país envelhecido, com “algumas experiências positivas de mobilização” dos cidadãos mais velhos, razão pela qual poderá dar uma contribuição “significativa”.
“Julgo que teremos o nosso contributo a dar até porque em Portugal esse é um tema mais destacado do que noutros países que têm estruturas demográficas diferentes da nossa”, disse Vieira da Silva.
Nesse sentido, apontou que o envelhecimento é uma questão que “toca todas as dimensões da intervenção pública”, desde os sistemas de proteção social adequados, passando por um mercado de trabalho aberto aos que têm competências adquiridas.
“Depois penso que há uma terceira, que é aquela que tem a ver com a abertura do espaço para a própria participação dos cidadãos com mais idade na construção destas respostas, ou seja, a sua capacidade de organização, construírem instâncias e instituições vocacionadas para promoverem a participação cívica, social, e económica dos seniores”, defendeu o ministro.
Áreas que Vieira da Silva entende que são igualmente os desafios atuais em Portugal, aos quais acrescenta a questão da saúde, “fundamental para o processo de um envelhecimento ativo”.
Segundo o ministro, estes serão os temas prioritários a incluir na Declaração de Lisboa, um documento que já está a ser negociado, uma vez que são 56 países que “têm de se por de acordo para que saia um texto de consenso”.
O governante apontou que a realidade das sociedades atuais é a de conseguir aproveitar o potencial do facto de se conseguir viver mais tempo, tendo em conta que as pessoas com mais idade mantêm uma forte capacidade de contribuição para a sociedade a vários níveis.
Esta conferência vai juntar em Lisboa os ministros responsáveis pela área do envelhecimento dos 56 estados membros da UNECE, além de outras entidades relevantes, como as Nações Unidas, a Comissão Europeia e a Organização Internacional do Trabalho.
O facto de decorrer em Lisboa, decorre do convite feito pela UNECE a Portugal para organizar a conferência neste ano, encerrando o terceiro ciclo da revisão da Estratégia Regional para a Implementação (RIS), que decorre do Plano de Ação de Madrid sobre o Envelhecimento (MIPPA), aprovado em 2002.
Os primeiros dois ciclos de revisão e avaliação de implementação do MIPPA aconteceram em 2007 em Espanha e em 2012 na Áustria.
Antes do arranque da conferência, no dia 20, têm lugar dois eventos, um de organizações não-governamentais (ONG) e outro de investigadores, de onde sairão duas declarações que serão apresentadas aos ministros.
Além dos países estados-membros, esta conferencia conta com a participação, como observadores, dos países de língua oficial portuguesa e de outros onde há comunidades portuguesas de grande expressão, como China, Japão, Índia, África do Sul, Canadá ou Rússia.
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