O presidente francês, Emmanuel Macron, vai presidir uma reunião de crise neste domingo após o caos que se viveu no sábado em Paris, durante os protestos dos "coletes amarelos".

Macron vai reunir-se com o primeiro-ministro, Edouard Philippe, com o ministro do Interior, Christophe Castaner, e com as "autoridades competentes" para tentar encontrar uma resposta para um movimento que parece estar fora de controlo.

A imprensa francesa avançou, entretanto, que o presidente francês não vai falar hoje à população.

Esta manhã o presidente francês deslocou-se até ao Arco do Triunfo, um monumento parisiense que foi alvo de danos nos confrontos de sábado.

O Chefe de Estado, acompanhado pelo ministro do Interior, Christophe Castaner, prestou homenagem ao túmulo do soldado desconhecido, que representa todos os franceses mortos na I Guerra Mundial (1914-1918), que os manifestantes sujaram e onde deixaram latas de cerveja e outros objetos.

Emmanuel Macron, em declarações no sábado,  garantiu que os responsáveis pela violência, ataques e vandalismo “serão responsabilizados pelos seus atos”.

A violência resultante dos protestos causou 133 feridos e 412 pessoas foram detidas, das quais 378 ficaram sob custódia policial, segundo o balanço da polícia francesa.

A agência AFP avança que, em resultado da situação em que se encontra o país, o primeiro-ministro cancelou a sua viagem à Polónia, no âmbito da cimeira do clima das Nações Unidas - COP24.

A Comissão Legislativa do Senado francês vai ouvir na terça-feira o ministro e secretário de Estado do Interior Christophe Castaner e Laurent Nuñez, respetivamente, sobre "os motins e ataques contra as forças de segurança e atos de vandalismo e destruição" durante as manifestações dos "coletes amarelos", lê-se num comunicado divulgado hoje pela câmara alta do Parlamento francês, informa a agência France-Presse.

A comissão senatorial ouvirá as explicações do ministro do Interior, e do seu secretário de Estado, "sobre os meios postos em prática para fazer face aos protestos".

Esta audiência incidirá também sobre "as novas disposições que devem ser tomadas para prevenir a recorrência e agravamento destas condições de extrema gravidade, sem infringir o direito constitucional dos franceses de expressar os seus pontos de vista e descontentamento com manifestações não violentas".

Castaner já afirmou em comunicado que estava "logicamente disponível para os parlamentares" e que "responderá naturalmente" a essa convocação.

"Desde 17 de novembro, o Ministério do Interior tem comunicado com toda a transparência os elementos relacionados com as questões de segurança relativamente às ações bloqueio dos 'coletes amarelos'", acrescentou.

O Governo francês não descarta a possibilidade de decretar o "estado de emergência" após os graves acontecimentos que ocorreram no sábado em Paris, disse hoje o porta-voz do executivo, Benjamin Griveaux, que acrescentou que "todas as medidas devem ser estudadas", noticiou a Efe.

(Notícia atualizada às 15:09)