“Perguntaram-me se o nosso programa [eleitoral] poderia ajudar a resgatar o Partido Socialista. O Partido Socialista juntou-se a comunistas e a trotskistas porque quis, repetiu a escolha vezes e vezes sem conta. Por isso, se o PS quer ser resgatado chame a polícia, não chame o CDS”, afirmou.

Num discurso aplaudido de pé pelos delegados ao 27.º Congresso do CDS-PP, que decorre até domingo em Lamego (Viseu), Adolfo Mesquita Nunes condenou o que classificou como “socialismo cobarde” do PS, que “depende” do PCP e do BE e “não faz uma única reforma que é necessário fazer”.

Escolhido pela presidente do CDS-PP, Assunção Cristas, para coordenar o programa eleitoral do partido, o dirigente centrista disse que o que o motiva é “o amor à liberdade” e “libertar o país do socialismo colado a comunistas e a trotskistas” para os quais o país “foi empurrado nas últimas eleições.

“No século XXI, um país da NATO, da União Europeia, no século XXI, o governo português depende de comunistas que defendem ativamente ditaduras totalitárias e assassinas”, insurgiu-se.

Perante os aplausos dos congressistas, Adolfo Mesquita Nunes acrescentou que o governo depende também “de trotskistas que não gostam da iniciativa privada”.

Mas, considerou, “o dinheiro é das empresas, das pessoas, das famílias e dos indivíduos e não é do Bloco de Esquerda, nem é para gastar onde o Bloco de Esquerda entende que é para gastar”.

O vice-presidente do CDS-PP afirmou que o partido “quer ser a primeira e descomplexada escolha do centro direita” e, numa alusão a críticas à líder democrata-cristã ao posicionamento dos centristas, disse que Assunção Cristas e a sua direção são “os legítimos representantes autênticos e legítimos da trave mestra do partido”, a democracia-cristã.

“As ideias mais frescas que aqui ouvimos vieram do mais velho de todos nós, Adriano Moreira” que esta manhã, na sua intervenção perante o Congresso, defendeu que a matriz do CDS-PP é a democracia-cristã adaptada aos tempos atuais.

Dirigindo-se ao ainda deputado Filipe Lobo d` Ávila, que anunciou no Congresso que irá abandonar o parlamento, Mesquita Nunes expressou gratidão e pediu: “espero que fiques connosco porque este é o nosso partido”.

O vice-presidente do CDS-PP dirigiu-se ainda ao presidente da Juventude Popular, Francisco Rodrigues dos Santos, manifestando-se convicto de que será eleito deputado nas próximas legislativas, em 2019, com um programa eleitoral que “não é para ganhar a todo o custo”.

“Nós somos a grande casa da direita das liberdades, que se estende pelo centro, passa pelo centro-direita e vai à direita e pára no seu extremo e o que nos une é a trave mestra da democracia-cristã, a dos nossos tempos, como Adriano Moreira o disse”, declarou.