No discurso de abertura do congresso, André Ventura recusou moderar o discurso, como já sugeriu “o muito mau líder do PSD, Rui Rio”, e prometeu “o mesmo radicalismo de sempre”.
Em tom exaltado, o presidente e deputado do Chega, de direita, disse que o seu “caminho” era outro: “ir até ao fim com o mesmo radicalismo de sempre para conquistar o Governo de Portugal, doa a quem doer.”
Aos delegados e dirigentes, Ventura disse não compreender quem, dento do partido, quer que o Chega “seja como o PSD”, porque isso seria “desonrar a história”.
Aos delegados, Ventura pediu um “mandato claro, claríssimo”, para que ninguém tenha dúvidas, dentro e fora do partido.
E pediu que quem “votar a favor” da sua direção “apenas e tão só” o faça se acreditar numa atitude de força com o PSD.
“Não vamos negociar, vamos impor, não vamos pedir, vamos exigir”, afirmou, porque “os portugueses” é que “vão colocar” o Chega no “poder em Portugal” quando forem votar nas eleições.
Hoje, sábado, é dia de debate e votação das moções setoriais, são algumas dezenas, mas a organização não a distribuiu aos jornalistas, e da moção global de Ventura, ficando a eleição dos órgãos nacionais para a manhã de domingo.
Ontem, eram 23:22 quando Luís Graça, presidente da mesa do congresso, deu por abertos os trabalhos, minutos antes do líder do partido, André Ventura, entrar na sala, de mãos no ar.
Cerca das 23:15, a animadora do congresso pedia, "por favor, encarecidamente" a delegados, observadores e dirigentes que se sentassem, e que tivessem "disciplina para dar abertura" aos trabalhos.
E pediu, por várias vezes, que se evitassem "aglomerações no meio da sala" - onde se viam delegados sem máscara - porque haveria oportunidades para "conversar lá fora".
À hora em que o congresso já deveria estar a decorrer, pouco depois das 21:30, um delegado passeava uma criança num carrinho de bebé na sala decorada com cartazes de André Ventura.
À entrada para o III Congresso do Chega, que decorre até domingo, o líder do partido mostrou confiança de que o programa para chegar ao Governo de Portugal vai ser aprovado no congresso do partido, que teve início em Coimbra.
André Ventura manifestou a expectativa de que os cerca de 500 congressistas "não vão permitir que o partido se submeta ao PSD, mas antes se imponha ao PSD".
Numa curta declaração aos jornalistas, o dirigente partidário disse que a grande questão "é precisamente não querer que o partido seja uma muleta do PSD".
"Se o Chega decidir ser uma muleta do PSD já não é o partido que acho que devemos ser, mas o que o PSD quer que sejamos", referiu André Ventura, que mostrou também confiança de que a sua equipa de direção será aprovada à primeira.
Durante a tarde, numa marcha na cidade de Coimbra, o líder do Chega disse que o partido vai definir este fim de semana, em congresso, as condições para uma futura coligação de governo com o PSD e avisou que as suas exigências são inegociáveis.
"É neste congresso que o partido vai determinar claramente que o Chega não será muleta de nenhum partido", frisou André Ventura, em declarações aos jornalistas junto à Universidade de Coimbra, de onde partiu uma marcha até à Praça Heróis do Ultramar.
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