"António Costa tem sido um bom primeiro-ministro, mas não tem sido um bom líder do PS", afirmou Adrião, momentos depois de entregar a sua moção ao congresso do PS, em 10 e 11 de julho, e a sua candidatura a secretário-geral, na sede nacional dos socialistas, em Lisboa.

Esta é a terceira vez que Adrião se candidata à liderança do partido e afirmou aos jornalistas que a sua moção, intitulada "Democracia plena", "não é contra ninguém, não é contra António Costa", de quem faz "uma avaliação positiva no seu exercício como primeiro-ministro".

A sua moção é uma candidatura para "afirmar a democracia interna, a liberdade de pensamento, a liberdade de expressão, de opinião", disse.

"O exercício do poder amolece a atividade partidária. Isso é notório no PS", admitiu, dizendo ainda que "há uma concentração excessiva da atividade nas cúpulas do partido, na sua elite".

Para Daniel Adrião, "o PS tem estado muitas vezes de costas voltadas para os militantes e para a sua base de apoio" que, defendeu, têm de participar nas decisões do partido, no poder, com António Costa, desde 2015.

Adrião, que concorre, uma vez mais, contra António Costa, defende um funcionamento "na horizontal" do partido e afirmou que "os militantes não podem apenas assistir, tem, também que decidir".

Em termos políticos, o candidato fez a defesa da reforma das leis eleitorais, aproximando eleitos e eleitores, com a criação de círculos uninominais, e alertou que há condições para o fazer, dado que o presidente do PSD, Rui Rio, segundo maior partido, tem dado uma abertura para essa mudança.