"Eu darei o meu contributo longe dos cargos partidários e públicos, mas sempre perto para ajudar o PSD", afirmou Montenegro, na sua intervenção perante o 38.º Congresso do PSD.

Em declarações aos jornalistas já depois da interrupção dos trabalhos do 38º Congresso do PSD, que decorre até domingo em Viana do Castelo, Rui Rio disse não quer comentar "nenhum discurso em especial, muito menos o de Luis Montenegro" porque as eleições já passaram e não quer "alimentar um confronto".

Ainda assim, o líder social-democrata salientou que ouviu os seus adversários políticos nas diretas de janeiro defender que o partido deve caminhar unido, e é isso que também defende.

Questionado sobre se o PSD pode ser uma tábua de salvação para o Governo socialista, Rio disse apenas que não vê como pode o PS desviar-se do caminho que têm seguido nos últimos anos.

"Não. O Dr. António Costa fez todo o outro mandato e ligou-se umbilicalmente ao Partido Comunista e ao Bloco de Esquerda. Depois por razões eleitorais, de 06 outubro, desligou umbilicalmente. E agora ligou-se outra vez, só que não foi umbilicalmente. De qualquer maneira, continua ligado, portanto, é muito difícil um líder partidário que marcou, e continua a marcar a sua passagem pelo Governo com este alinhamento político, de repente passar para outro alinhamento político, é muito difícil de ser diferente", afirmou.

Rio reagia ao discurso de Montenegro, que defendeu que "se a geringonça ruir", o PSD não pode ser "a tábua de salvação" de António Costa.

Questionado pelos jornalistas, o presidente do PSD disse ainda acreditar que os seus opositores não vão incomodá-lo mais depois deste congresso.

"Acreditar, acredito. Obviamente que houve umas segundas eleições que eu voltei a ganhar, há um congresso que tem corrido relativamente bem e de uma forma relativamente pacífica. Há um certo clima contra a permanente obstaculização e admito que as coisas possam efetivamente correr com mais calma e mais tranquilidade", sublinhou.

Rio admitiu ainda que a lista que apresentou hoje ao Conselho Nacional não tem a paridade que desejava, afirmando que é esse facto que o "preocupa mais".

"Aceito a crítica. Devo dizer que fiz um esforço enorme por conseguir ter mais mulheres nas listas e está muito, muito aquém do que eu queria. Mas eu não consigo inventá-las e, portanto, uma das coisas que o PSD tem de fazer é puxar mais pela intervenção das mulheres na vida do partido, para depois quando se chega a este momento haja um leque de escolha muito maior", afirmou.

Sobre o apoio à recandidatura de Marcelo Rebelo de Sousa, o presidente do PSD reiterou que Marcelo Rebelo de Sousa tem direito a gerir o momento em que anuncia a sua recandidatura, disse, explicando porque é que na sua moção não diz que o PSD "apoia ou desapoia", a recandidatura do Presidente da República.

"Nós devemos respeitar isso, até um certo ponto. Naturalmente que se ele levar isso para um ponto muito, muito à frente e se depois diz que não é problema, isso aí nós temos de fazer a gestão de outra maneira, mas estamos ainda muito em tempo", defendeu.

Questionado sobre se já tinha ou não nomes para liderar uma candidatura do PSD às duas principais autarquias do país - Porto e Lisboa - o líder social-democrata adiantou que ainda não tem nenhum candidato para as mais de trezentas câmaras em todo o país, exceção feita aos autarcas que são já presidentes de câmara e que possam voltar a candidatar-se.

"Aquilo que é normal é nós fazermos um trabalho, que está um bocado atrasado, devo dizer, e através desse trabalho, local a local, começam a emergir os potenciais candidatos. Se o trabalho é mal feito, emergem poucos candidatos e têm de se andar à procura de alguém. Se o trabalho é bem feito, até emergem mais candidatos a candidatos. Portanto, não vamos por o carro à frente dos bois, vamos fazer o trabalho", disse.

Rio admitiu que às vezes lhe vem à cabeça "este ou aquele" nome, sem comentar se Paulo Rangel seria o nome por si escolhido para encabeçar uma candidatura à Câmara do Porto.

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