"Conferências de imprensa sem direito a perguntas não são conferências de imprensa, são comunicações, comunicados lidos, portanto, não faz sentido que os jornalistas estejam presentes. Proponho o boicote a essas pretensas conferências de imprensa", pode ler-se na proposta de Céu Neves, aprovada por maioria no Congresso dos Jornalistas.

"Muitas vezes, os órgãos de comunicação social são confrontados com 'blackout' decretados por entidades quando a informação não lhes agrada. Ninguém é obrigado a falar com os jornalistas, mas também não decide o que é notícia. Proponho que, sempre que é decretado 'blackout', este seja nos dois sentidos. Não falam com os media, os media também não falam deles", sintetiza a Céu Neves no documento disponibilizado a todos os que estiveram presentes no congresso e levado a votações no último dia do mesmo.

Esta foi uma das 50 propostas apresentadas neste congresso, onde o tempo (limitado) dedicado aos trabalhos foi criticado por vários dos presentes. As propostas versavam os mais diversos temas.

Além desta resolução, foram ainda votadas - no meio de grande contestação sobre o tempo dedicado às intervenções dos congressistas - cerca de 50 propostas submetidas ao longo dos 4 dias de Congresso. Da igualdade de género, ao compromisso de realização de uma reunião magna de jornalistas em períodos não superiores a cinco anos, passando pela reformulação dos currículos de mestrado, até à promoção literacia mediática, do funcionamento efetivo dos conselhos de redação, entre outras. Nem todas as propostas foram aprovadas e algumas destas foram remetidas para discussão posterior porque não reuniam consenso.

Entre as propostas recusadas estava a da criação de uma Ordem dos Jornalistas, um tema bastante polémico e que continua a ser recusado pela maioria dos profissionais do setor.

Além das propostas, o congresso aprovou uma resolução final com 12 pontos, onde são listadas as principais conclusões e princípios defendidos pelas centenas de jornalistas presentes.

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