“Ao melhorar a sustentabilidade, a estética, a inclusividade e a acessibilidade da habitação e do meio envolvente, as cinco dimensões do Novo Bauhaus Europeu são de uma importância crucial para garantirmos que conseguimos atingir o nosso compromisso de sermos neutros em carbono em 2050″, afirmou António Costa.
O primeiro-ministro intervinha na sessão de abertura de uma conferência dedicada ao Novo Bauhaus Europeu, uma iniciativa lançada pela Comissão Europeia em janeiro que visa aliar um movimento cultural e estético com a transição climática, através da mobilização de ‘designers’, arquitetos, engenheiros ou cientistas para “reinventar um modo de vida sustentável”.
Defendendo que a UE está a tentar assegurar que a “recuperação socioeconómica” da crise se faz através da “transição ‘verde’ e digital”, Costa sublinhou que essa recuperação deve também “traduzir-se em melhorias reais” na vida dos cidadãos.
“Precisamos de projetos criativos, inovadores e sustentáveis que tenham um grande impacto nas nossas vidas”, apontou.
O primeiro-ministro abordou assim o movimento estético “Bauhaus”, fundando em 1919 na Alemanha e que dá o nome à iniciativa apresentada pela Comissão Europeia, para referir que o projeto atual “volta a dar à arte e à arquitetura a sua missão social, ao adaptar as cidades às necessidades humanas e ao trazer o Pacto Ecológico Europeu” para as “vidas e as casas” das pessoas.
“Cumprir o Pacto Ecológico Europeu significa agir nas nossas cidades, que são responsáveis por 75% de todas as emissões de gases com efeito estufa, e implica nomeadamente melhorar a eficiência energética dos edifícios e dos transportes”, referiu.
Segundo António Costa, o Novo Bauhaus Europeu pode “contribuir para construir um futuro melhor” ao “juntar a arte e a cultura sob o mesmo teto”, assegurando que os “edifícios e a mobília de amanhã não são apenas mais sustentáveis, eficientes e inclusivos, mas também mais bonitos”.
Nesse sentido, o primeiro-ministro mostrou-se “orgulhoso” por Portugal já estar a “desenvolver mobília inspirada no Novo Bauhaus Europeu”, dando o exemplo de uma “mesa especialmente criada” para o Conselho Europeu informal, que terá lugar no Porto a 08 de maio no âmbito da presidência portuguesa do Conselho da UE.
“É inteiramente feita de biomateriais recolhidos nas nossas florestas e foi produzida utilizando tecnologias digitais”, precisou.
António Costa concluiu referindo que a década atual precisa de “beleza, renovação e edifícios com um aspeto humano”, reiterando, por isso, que “precisa do Novo Bauhaus Europeu”.
A conferência sobre o Novo Bauhaus Europeu, que decorre hoje e na sexta-feira, foi organizada pela Comissão Europeia no âmbito da iniciativa que lançou em janeiro, e que se encontra atualmente na fase de ‘design’.
Durante esta fase, pretende-se moldar o conceito do movimento ao “perceber o que já existe”, e ver “como e onde o novo Bauhaus Europeu pode acelerar, concretizar e materializar novas ideias”.
Finda esta fase, suceder-se-ão as fases de concretização, em que os projetos escolhidos durante o ‘design’ começarão a ser desenvolvidos, e de “disseminação”, que procurará “difundir as novas ideias e conceitos a uma audiência mais vasta, não só na Europa, mas também além dela”.
Além de António Costa, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e o presidente do Parlamento Europeu, David Sassoli, também intervieram na sessão de abertura da conferência.
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