A informação foi avançada à Lusa por fonte oficial da Ordem dos Médicos.
Segundo a mesma fonte, o Conselho Disciplinar deliberou "instaurar um procedimento de suspensão preventiva" do médico Artur Carvalho.
Em comunicado divulgado após a reunião de terça-feira em Lisboa, na qual foram analisados vários processos pendentes contra o médico obstetra Artur Carvalho, incluindo o caso do bebé que nasceu com malformações no dia 07 de outubro, em Setúbal, o CDRS justifica a decisão com a "gravidade das infrações imputadas ao médico arguido nos vários processos e aos indícios muito fortes de que efetivamente as cometeu".
O documento refere ainda o "desprestígio" que a conduta do médico acarreta para a profissão "ao pôr em causa a confiança na qualidade dos serviços médicos obstétricos prestados em Portugal".
"Tendo também em consideração o risco da continuação por parte do médico arguido da sua conduta, foi deliberada pelo Conselho Disciplinar Regional do Sul a suspensão preventiva do Dr. Artur Fernando Silvério de Carvalho, nos termos do artigo 33.º do Regulamento Disciplinar dos Médicos, com base em proposta do relator", acrescenta o comunicado, salientando que o processo disciplinar foi instaurado com a concordância de todos os membros daquele órgão disciplinar.
O Conselho Disciplinar Regional do Sul adianta que, face à análise feita pelo relator dos vários processos pendentes, entende que "existem fortes indícios de que as queixas poderão ter fundamento, sendo de realçar que não constam dos autos dos processos quaisquer respostas do arguido que possam contrariar tal convicção".
Este órgão reuniu na terça-feira na sequência de uma solicitação do bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, face à gravidade das acusações contra o referido médico que, nas ecografias realizadas numa clínica de Setúbal, não detetou malformações graves no rosto e no crânio de um bebé que nasceu dia 07 de outubro no Hospital São Bernardo, em Setúbal.
O Conselho Disciplinar Regional do Sul assinala, igualmente, que "foram já desenvolvidas as diligências instrutórias necessárias, tendo em vista a prestação de esclarecimentos por parte do médico arguido e a obtenção, junto dos pais da criança, do Hospital São Bernardo em Setúbal e da Clínica Eco Sado em Setúbal, de todos os registos clínicos, bem como dos originais das ecografias obstétricas e dos demais exames complementares de diagnósticos relativos à assistência médica prestada durante a gravidez e no pós-parto".
O comunicado divulgado pelo órgão disciplinar começa por referir que, na reunião efetuada terça-feira, o relator dos vários processos (um dos quais com mais de cinco anos) contra o médico Artur Carvalho, fez "uma exposição detalhada sobre cada um deles e comunicou ao CDRS quais as diligências instrutórias adicionais que, entretanto, ordenou", mas não dá nenhuma justificação para a demora na instrução destes processos.
(Notícia atualizada às 7:41 de quarta-feira, dia 23 de outubro)
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