“O acordo alcançado pelo Conselho Europeu para a resposta à crise pandémica fica aquém do que foi anunciado e do que é necessário, criando novas tensões entre os estados-membros”, referiu Catarina Martins, numa conferência de imprensa na sede do partido, em Lisboa.
Na perspetiva da líder bloquista, “um observador atento da imprensa internacional reparará que todos os países disseram que o acordo foi um sucesso, tendo todos posições tão divergentes de partida”.
“Hoje mesmo, o Parlamento Europeu está a debruçar-se na análise que faz do acordo e quando todas as forças políticas se debruçam sobre ele, na verdade vemos que a apreciação é bastante negativa, precisamente porque fica muito aquém das necessidades e porque tem enormes indefinições ainda, desde logo nas fontes de financiamento”, apontou.
Para Catarina Martins, o acordo alcançado num Conselho Europeu “tão tenso, com tanta chantagem entre os países e incapacidade de solidariedade” mostra “uma total incapacidade de cooperação dentro da União Europeia que enquanto projeto político mostra a sua falência”.
O Conselho Europeu aprovou terça-feira, ao quinto dia de uma das cimeiras europeias mais longas da história, um acordo para retoma da economia comunitária pós-crise da covid-19, num pacote total de 1,82 biliões de euros.
Foi aprovado um Quadro Financeiro Plurianual para 2021-2027 de 1,074 biliões de euros e um Fundo de Recuperação de 750 mil milhões, em que pouco mais de metade são subvenções.
Ao todo, Portugal vai arrecadar 45 mil milhões de euros em transferências nos próximos sete anos, montante no qual se incluem 15,3 mil milhões de euros em subvenções no âmbito do Fundo de Recuperação e 29,8 mil milhões de euros em subsídios do orçamento da UE a longo prazo 2021-2027.
Do Fundo de Recuperação, 390 mil milhões de euros serão atribuídos em subvenções (transferências a fundo perdido) e os restantes 360 mil milhões em forma de empréstimo.
O primeiro-ministro, António Costa, considerou que o acordo obtido dá “um sinal de confiança” à Europa e a Portugal para a recuperação económica pós-pandemia de covid-19.
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