Os mais de 100 conselheiros reunidos no Centro de Exposições de Ourém, no distrito de Santarém, decidiram, por unanimidade, adiar para o próximo Conselho Nacional a análise da situação política, o que fez com esta reunião tivesse sido “morna” e “tranquila”, segundo fontes presentes.
O ponto da ordem de trabalhos que teve maior discussão foi o da análise e votação das contas do ano passado, da responsabilidade da anterior direção liderada por Assunção Cristas, que foi alvo de críticas na reunião.
“As contas foram apresentadas com números muito preocupantes”, disse um conselheiro à agência Lusa, tendo outro corroborado que “o partido não está bem a nível financeiro” e outro vincado que as contas são “muito más”.
Os conselheiros nacionais do CDS-PP receberam informação sobre a situação financeira do partido “antecipadamente, com 48 horas”, tendo as contas sido apresentadas hoje pelo atual secretário-geral, Francisco Tavares, que mereceu elogios à transparência e às explicações prestadas.
Segundo dirigentes centristas, o passivo do partido ascende a “quase 1,3 milhões de euros”, razão pela qual foi anunciado que será constituída “uma equipa que faça uma auditoria às decisões políticas [do passado]”.
Apesar de a anterior presidente não ter estado presente na reunião, marcaram presença João Almeida (que no último congresso disputou a liderança com o atual presidente, Francisco Rodrigues dos Santos), Adolfo Mesquita Nunes e Cecília Meireles (anteriores vice-presidentes), mas nenhum usou da palavra.
Apenas o atual deputado João Gonçalves Pereira subiu ao púlpito para defender a anterior equipa que liderava o partido.
De acordo com conselheiros, o presidente do CDS-PP, Francisco Rodrigues dos Santos, dirigiu-se à sala para pedir união dentro do partido.
O Conselho Nacional elegeu também alguns membros para os órgãos nacionais e aprovou a possibilidade de o partido concorrer às eleições para a Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores coligado com o PPM nos círculos equivalentes às ilhas das Flores e do Corvo.
Foram aprovadas também, por unanimidade, alterações ao Regulamento Eleitoral e ao Regulamento dos Órgãos Locais, entre as quais a diminuição dos prazos mínimos para as convocatórias e que estas possam ser enviadas por email ou SMS, quando até aqui eram feitas por correio.
Também devido à pandemia de covid-19, e com o objetivo de diminuir a exposição dos membros, o partido já tinha decidido adiar a discussão e votação das moções setoriais apresentadas no 28.º Congresso Nacional do CDS-PP, que teve lugar em Aveiro, no final de janeiro.
O Conselho Nacional de hoje, que durou cerca de quatro horas e contou com várias medidas de prevenção à covid-19, foi o primeiro desde essa reunião magna, onde foi eleita a nova direção do partido.
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