“Tudo o que era para ser preparado e que exigia o contrato de concessão foi feito. Nós não temos nenhuma pressa especial, tudo o que tínhamos para fazer, dentro da concessão e daquilo que são as melhores práticas da indústria, está feito, portanto estamos tranquilos”, afirmou Carlos Gomes da Silva em declarações aos jornalistas à margem de um seminário em Matosinhos, no Porto.
Salientando que o avanço do furo – cuja execução deverá demorar entre 45 a 60 dias e apenas pode decorrer entre abril e junho, devido às condições do mar - “já não depende” do consórcio, mas da obtenção das “respostas de licenciamento de concessão para todos os trabalhos que estavam exigidos e que foram entregues”, o responsável da Galp disse aguardar apenas “a bandeira de partida”.
Questionado sobre se a operação avançará de facto este ano, Gomes da Silva reiterou que a empresa não tem “nenhuma pressa especial”, mas foi advertindo que “as externalidades de qualquer economia são impactadas pelo tempo que se toma a tomar decisões”.
O consórcio liderado pela italiana Eni e que integra a petrolífera nacional tinha previsto realizar o furo de prospeção na bacia do Alentejo em 2016, mas acabou por suspender a operação para a primavera deste ano depois de a Direcção-Geral dos Recursos Naturais, Segurança e Serviços Marinhos (DGRM) ter prolongado a consulta pública.
Assegurando que o consórcio só avançará se tiver reunidas todas “as condições”, Carlos Gomes da Silva remata: “Fizemos tudo para as ter, agora já não depende de nós. Falta a bandeira de partida, mas tudo o que o consórcio tinha para entregar e todos os estudos a que estava obrigado estão feitos”.
Recentemente, o presidente executivo da Galp Energia tinha já dito que a operação de perfuração na bacia do Alentejo arrancaria “quando todas as condições” estivessem “reunidas”: “Será em 2017 se for compatível com as condições do mar. Se não for, faremos em 2018", disse Carlos Gomes da Silva num encontro com jornalistas em Londres após o Capital Markets Day, em 21 de fevereiro.
No passado dia 22, a Câmara Municipal de Odemira anunciou que iria avançar com uma providência cautelar para travar o furo do consórcio Eni/Galp no mar do Alentejo, exigindo a “rescisão do contrato para a costa de Aljezur” e “não permitindo que se avance com o primeiro furo de prospeção ao largo do Parque Natural do Sudoeste Alentejano e da Costa Vicentina".
"Este investimento é suscetível de acrescer riscos ambientais, económicos e sociais, numa região que assenta a sua riqueza no turismo, nas pescas e na agricultura", sustenta a autarquia presidida pelo socialista José Alberto Guerreiro (PS).
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