“Quem usa diretamente gás natural, vai sentir esse aumento porque é inevitável, Portugal não fixa esse preço, é o preço de uma ‘commodity’ [matéria-prima], que é fixado a nível mundial”, disse aos jornalistas o ministro do Ambiente e da Ação Climática, João Matos Fernandes, à margem da conferência final do Projeto E+C — Economia Mais Circular promovida pela CIP — Confederação Empresarial de Portugal, no Teatro Thalia, em Lisboa.
Ainda que cerca de 35% da eletricidade em Portugal seja gerada a partir de gás natural, o governante lembrou que se trata de um aumento de preço na origem que não significa um aumento para os consumidores.
“Quem está no mercado regulado não vai sentir esse aumento, mas sobretudo os produtores industriais, apesar do esforço que o Governo fez para que quase não tivesse havido aumentos, reconhecidamente têm contratos mais curtos e, portanto, esse risco [de aumento dos preços] existe”, acrescentou o ministro do Ambiente.
Para o governante, uma da forma de se proteger a independência energética é a aposta nas energias renováveis, lembrando que, em 2021, Portugal conseguiu mais 700 megawatts de energias renováveis, “mais do que aquilo que a central do Pego produzia”.
Na terça-feira, a Alemanha tomou medidas para interromper o processo de certificação do gasoduto Nord Stream 2, para distribuição de gás natural russo na Europa.
O executivo alemão está a tomar medidas para responder às ações de Moscovo na Ucrânia e, conforme explicou o chanceler alemão, Olaf Scholz, aos jornalistas “sem aquela certificação, o Nord Stream 2 não pode ser colocado em funcionamento”.
A União Europeia (UE) depende fortemente das importações de gás natural, que é o segundo combustível mais utilizado nos 27 Estados-membros, a seguir ao petróleo e derivados, sendo a Rússia o maior exportador.
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