Em declarações à agência Lusa, Pedro Monjardino reiterou a intenção adiantada, na quinta-feira, pelo secretário regional da Saúde e do Desporto, referindo que o objetivo da imunidade de grupo na região “vai ser atingido entre 31 de julho e 15 de agosto” (com um atraso de 15 dias em relação à meta inicialmente apontada).

“Neste momento, estamos mais focados na ilha de São Miguel e na ilha Terceira, mas mais na ilha de São Miguel e, se tivermos um atraso de 15 dias, para nós não é chocante. O nosso objetivo é fazermos com que a ilha de São Miguel, o mais rapidamente possível, consiga atingir os 70% de imunização”, afirmou o coordenador regional.

O responsável falava à Lusa na véspera do fim da “Operação Periferia”, que, com o apoio da ‘task-force’ e de uma equipa militar cedida pelo Ministério da Defesa Nacional, vacinou 70% da população das ilhas sem hospital, com exceção do Corvo, que foi a primeira ilha a atingir a imunidade de grupo, em março.

Sobre esse processo, que termina no domingo, no centro de vacinação de São Roque do Pico, adiantou que, “neste momento, à exceção da ilha das Flores, a percentagem de imunização que [se vai] atingir será superior a 70%”.

Atingem, assim, essa meta, as ilhas de Santa Maria, Graciosa, São Jorge e Pico, que se juntam à ilha do Corvo.

A ilha das Flores terá uma taxa de inoculações que rondará os 63%, apontou o responsável, devido a “casos de recusas e de ausências”.

“Mas a ilha das Flores sempre se caracterizou, já no passado, por ter taxas mais elevadas de recusas do que nas outras ilhas”, prosseguiu.

Questionado sobre a percentagem de recusas na região, Pedro Monjardino não soube precisar, mas desvalorizou a questão e voltou a insistir na prioridade desta equipa: “As taxas de recusa, neste momento, não me preocupam. O que me preocupa é a nossa prioridade e a nossa prioridade é imunizar 70% da população da ilha de São Miguel neste momento”.

À região chegará um reforço de 25 mil doses de vacinas contra a covid-19 para o mês de julho, “através de conversações com o Governo da República e sobretudo com a ‘task-force’ nacional”, adiantou, na quinta-feira, o secretário regional, Clélio Meneses.

Este reforço de 25 mil doses junta-se às 7.000 da Janssen que chegaram no dia 30 de junho, bem como às 40.950 doses da Pfizer e 4.000 doses da Janssen previstas para o presente mês.

“Também sabemos que, logo no dia 02 de agosto, chegam mais 40.950 [doses], o que quer dizer que, com aquelas que já cá estão, e com aquelas que vão chegando nos próximos tempos, estamos a falar de, num espaço de um mês, conseguirmos, de facto, atingir o número de vacinas necessárias para essa imunização”, salientou o governante.

Nas ilhas de São Miguel e Terceira, estão a ser vacinadas atualmente as faixas etárias entre os 40 e os 50 anos, e quem tiver mais de 50 anos e não tiver sido convocado deve entrar em contacto com o seu centro de saúde.

A “Operação Periferia” começou em 06 de junho, em Santa Maria, e inoculou 7.357 pessoas em cinco ilhas.

Desde 31 de dezembro de 2020 e até 08 de julho, foram administradas nos Açores 250.705 doses de vacinas contra a covid-19, havendo 129.190 pessoas com pelo menos uma dose (53,21% da população) e 121.515 pessoas com vacinação completa (50,05%), no âmbito do Plano Regional de Vacinação.

Os Açores têm atualmente 363 casos positivos ativos, sendo 333 em São Miguel, 17 na Terceira, seis no Pico, três nas Flores, dois no Faial e dois em São Jorge.

Desde o início da pandemia foram diagnosticados nos Açores 6.680 casos positivos de covid-19.

Recuperaram da doença 6.142 pessoas, 34 morreram, saíram do arquipélago 83 e 58 apresentaram prova de cura anterior.