A responsável pelo clima das Nações Unidas (UNFCC), Patrícia Espinosa, felicitou o Presidente eleito, que durante a sua campanha qualificou de “mito” as alterações climáticas causadas pelas atividades humanas e ameaçou cancelar o Acordo de Paris, assinado em 2015 por 195 países e que entrou em vigor há dias.
“Temos pressa de trabalhar com a sua administração (de Donald Trump), com o objetivo de fazer avançar a agenda climática para o benefício dos povos do mundo", disse Patrícia Espinosa, num comunicado.
O papel dos Estados Unidos, segundo emissor mundial de gás de efeito estufa depois de estar muito tempo em primeiro lugar, sempre teve um papel central no dossier do clima, tanto para minar (como o Protocolo de Kyoto) como para acrescentar (na atuação de Barack Obama no Acordo de Paris).
Hoje, os defensores do clima disseram que esperam que o novo Presidente norte-americano volte à razão, porque estão convencidos de que o advento da energia limpa é inevitável.
Donald Trump teve “muitas atitudes de fanfarrão este ano em relação às alterações climáticas”, sublinhou Hilda Heine, Presidente das Ilhas Marshall, território muito vulnerável pelo impacto do aquecimento global.
“Agora, a campanha terminou e a realidade do Governo se impõe. Eu espero que ele perceba que o aquecimento global é uma ameaça para o seu povo e para os demais países, como o meu, que partilham os oceanos com os Estados Unidos”, acrescentou Hilda Heine.
“Tudo o que nós pensamos politicamente sobre a mudança climática é uma realidade e não vai mudar com a eleição nos Estados Unidos", disse a negociadora francesa Laurence Tubiana, apontando também que "60% dos americanos pensam que as alterações climáticas são um perigo".
“Há um enorme movimento, de muitos países, para agir e, além disso, a economia que avança é aquela das energias renováveis, de novas tecnologias, de transportes limpos. Eu penso que um Presidente deve olhar tudo isso. Nós esperamos”, acrescentou Laurence Tubiana.
A COP22 está a decorrer desde o dia 07 de novembro, em Marraquexe, Marrocos.
Donald Trump venceu as eleições presidenciais norte-americanas, derrotando, contra o que previam as sondagens, a adversária democrata, Hillary Clinton.
No discurso de vitória, Donald Trump garantiu que será o Presidente de todos os americanos e que é hora de os norte-americanos curarem as feridas da divisão e se juntarem "como um povo unido".
Garantiu também que os Estados Unidos irão "dar-se bem com todas as Nações que queiram dar-se bem" com Washington.
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