O ministro português do Ambiente e Ação Climática deve falar na manhã de hoje, o segundo de dois dias em que discursam na cimeira os ministros dos países cujos líderes não estiveram presentes na inauguração da COP26, na semana passada.

E o dia é dedicado também aos transportes, que exercem grandes pressões ambientais, contribuindo para as alterações climáticas, para a poluição atmosférica e para níveis elevados de ruído.

A presidência da cimeira diz que se está no início de um mercado em massa para veículos que não emitam dióxido de carbono, “uma transição que precisa de ser significativamente acelerada” para manter o objetivo de não deixar que as temperaturas subam além de 1,5ºC (graus celsius) em relação à época pré-industrial.

Por isso, o dia dedicado aos transportes, segundo a presidência britânica, vai juntar líderes de todo o setor para acelerar a transição para veículos com emissões zero e para descarbonizar também outros setores como a aviação e o transporte marítimo.

O objetivo é incentivar os governos a criarem “corredores marítimos verdes”, rotas marítimas descarbonizadas, lançando a chamada “Declaração de Clydebank”.

O dia ainda será para lançar compromissos para que em poucos anos todos os veículos automóveis vendidos sejam de emissões zero, e que na área da aviação também se chegue às emissões zero no futuro.

Mais de 120 líderes políticos e milhares de especialistas, ativistas e decisores públicos reúnem-se até 12 de novembro, em Glasgow, na Escócia, na 26.ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP26) para atualizar os contributos dos países para a redução das emissões de gases com efeito de estufa até 2030.

A COP26 decorre seis anos após o Acordo de Paris, que estabeleceu como meta limitar o aumento da temperatura média global do planeta a entre 1,5 e 2 graus celsius acima dos valores da época pré-industrial.

Apesar dos compromissos assumidos, as concentrações de gases com efeito de estufa atingiram níveis recorde em 2020, mesmo com a desaceleração económica provocada pela pandemia de covid-19, segundo a ONU, que estima que, ao atual ritmo de emissões, as temperaturas serão no final do século superiores em 2,7 ºC.