A mentora da iniciativa, Elisabete Pinto, disse hoje à Lusa que a situação em que aqueles moradores se encontram “é chocante” e “desprovida de qualquer dignidade”, pelo que “urge pôr-lhe fim”.
“Além disso, a posição daqueles moradores é também completamente egoísta, porque há 19 anos que se fala da demolição daquele mamarracho, a esmagadora maioria das pessoas que lá viviam já saiu e não pode ser uma meia dúzia a pôr em causa um desígnio da cidade”, acrescentou.
Segundo Elisabete Pinto, o cordão humano constituirá “um apelo” para que as pessoas “saiam com dignidade”.
“A situação em que se encontram, sem água, sem luz, sem gás e com a comida racionada, é indigna para os moradores e envergonha a cidade”, disse ainda.
O cordão humano está marcado para as 19:00 e os participantes são convidados a apresentarem-se com t-shirts brancas.
A demolição do “prédio Coutinho” está prevista desde 2000, ao abrigo do programa Polis, por ser considerado um “aborto urbanístico”, devido aos seus 13 andares.
No entanto, a batalha judicial iniciada pelos moradores vem impedindo a concretização do projeto, iniciado quando José Sócrates era ministro do Ambiente.
Para o local onde está instalado o edifício, está prevista a construção do novo mercado municipal da cidade.
A ação de despejo dos nove últimos moradores no prédio esteve prevista para as 09:00 de segunda-feira, na sequência de uma decisão do Tribunal Administrativo e Fiscal de Braga, de abril, que declarou improcedente a providência cautelar movida em março de 2018.
No entanto, os moradores recusaram sair e mantêm-se no prédio.
A VianaPolis já cortou a eletricidade, o gás e a água do prédio, estando também proibida a entrada de alimentos.
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