”Não temos intenção de exportar as nossas capacidades técnicas militares para qualquer país ou de as abrir ao público”, disse Kim Yo-jong, influente irmã do líder norte-coreano, num comunicado divulgado pela imprensa.
Vários países, incluindo Estados Unidos e Coreia do Sul, acusaram a Coreia do Norte de fornecer artilharia, mísseis e outras armas à Rússia para a guerra na Ucrânia, em troca de tecnologia militar avançada e ajuda económica. Acusações rejeitadas repetidamente pela Coreia do Norte e Rússia.
Especialistas estrangeiros acreditam que a recente série de testes de artilharia e mísseis de curto alcance da Coreia do Norte se destinava a examinar ou publicitar as armas que planeava vender à Rússia.
“O paradoxo mais absurdo do qual não vale a pena fazer qualquer avaliação ou interpretação”, respondeu Kim Yo-jong.
Kim, que integra a Comissão de Defesa Nacional da Coreia do Norte, disse ainda que os recentes testes de armas da Coreia do Norte foram realizados como parte do plano quinquenal de desenvolvimento de armas do país, lançado em 2021.
Acrescentou que as armas recentemente testadas são projetadas para atacar a capital sul-coreana.
”Não escondemos o facto de que tais armas serão usadas para impedir que Seul invente qualquer pensamento irreal”, disse.
Em março, o ministro da Defesa sul-coreano, Shin Won-sik, disse que a Coreia do Norte enviou cerca de 7.000 contentores de munições e outro equipamento militar para a Rússia desde o ano passado. Em troca, Pyongyang terá recebido mais de 9.000 contentores russos, provavelmente com ajuda, referiu.
O porta-voz do Conselho de Segurança Nacional dos Estados Unidos, John Kirby, notou em janeiro que mísseis fornecidos pela Coreia do Norte foram disparados contra a Ucrânia. Na ocasião, as autoridades de Kiev também indicaram que uma investigação aos destroços de um míssil encontrado na região nordeste de Kharkiv avançou a possibilidade de ser material norte-coreano.
Qualquer comércio de armas com a Coreia do Norte constituiria uma violação de várias resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas que a Rússia, membro permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas, já apoiou anteriormente.
Em maio, a Casa Branca também afirmou que a Rússia estava a enviar petróleo refinado para a Coreia do Norte a níveis que excediam os limites do Conselho de Segurança da ONU.
O aprofundamento dos laços entre a Coreia do Norte e a Rússia ocorre num momento em os dois países estão envolvidos em confrontos separados com os Estados Unidos – a Coreia do Norte devido ao avanço do programa nuclear e a Rússia pela invasão da Ucrânia.
Desde 2022, a Coreia do Norte tem efetuado uma série de testes de mísseis, levando os EUA a reforçar os exercícios militares com a Coreia do Sul e o Japão.
Especialistas avaliam que a Coreia do Norte poderá pensar que um arsenal de armas ampliado vai aumentar a influência de Pyongyang na diplomacia futura com Washington, escreve a agência noticiosa norte-americana Associated Press.
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