Cerca de mil pessoas participaram no Cortejo Trapalhão, no Funchal, no qual qualquer cidadão se pode inscrever, dando azo à sua imaginação. As sátiras e críticas a temas da atualidade fazem parte da tradição.
Um dos grupos participantes quis representar a escola atual, com professores idosos e ‘ligados às máquinas’, com inúmeras tarefas, encarregados de educação a reclamar e alunos cada vez mais ligados às novas tecnologias.
O “Hospital Maria Santa” também foi ao desfile, com grávidas e doentes à espera de serem atendidos, não faltando uma referência ao recente caso das gémeas luso-brasileiras que receberam em Portugal um tratamento de milhões de euros para uma doença rara.
A situação política na Madeira, com um Governo demissionário na sequência de suspeitas de corrupção, foi pouco abordada pelos foliões. Houve, no entanto, uma referência ao ex-presidente da Câmara Municipal do Funchal e piloto de ralis, Pedro Calado, detido há quase três semanas.
Pedro Calado surgiu representado no desfile como piloto de rali, ladeado de um piloto da Força Aérea, numa referência à sua detenção e viagem para Lisboa para ser ouvido pelas autoridades judiciárias.
Entre as centenas de disfarces e representações, destacam-se ainda os 50 anos da Revolução dos Cravos e as dezenas de ‘robots’, numa alusão ao crescimento da Inteligência Artificial.
Este ano, o Governo Regional da Madeira investiu cerca de 500 mil euros nas festividades de Carnaval, dos quais 300 mil foram canalizados para as 13 trupes que participaram no Cortejo Alegórico que decorreu no sábado.
De acordo com os dados oficiais, a ocupação hoteleira na Madeira nesta quadra ronda os 87%.
As festas de Carnaval na região começaram na quarta-feira e prolongam-se até 18 de fevereiro, tendo como momentos altos o Cortejo Alegórico que decorreu no sábado e o desfile de hoje, aberto à população.
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