António Costa falava no encerramento de um fórum de negócios luso-canadiano promovido pela AICEP (Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal) e pelo Clube Económico do Canadá, que contou com a presença do primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, e de cerca de 43 representantes de empresas e associações empresariais nacionais.
"Para todos os investidores canadianos, eu quero ser claro: Em Portugal encontrarão um porto seguro para os vossos investimentos. Encontrarão um ambiente de negócios e também um Governo empenhado na inovação e no crescimento", disse, numa intervenção proferida alternadamente em inglês e francês.
Mas o líder do executivo português foi ainda mais longe nas mensagens sobre a atual conjuntura político-económica em Portugal e na Europa, referindo-se então diretamente às consequências do 'Brexit' com a saída do Reino Unido da União Europeia.
"Portugal é o melhor país para ser uma segunda casa para os investidores canadianos que querem permanecer no mercado único europeu após o 'Brexit'. Vamos continuar juntos", declarou o primeiro-ministro português.
Tal como em outras ocasiões em fóruns de negócios fora do país, António Costa falou sobre a evolução macroeconómica de Portugal nos últimos anos, salientando sobretudo pontos como a redução do défice e da dívida.
Mas, em Toronto, pronunciou-se então especificamente sobre o facto de a agência de notação financeira canadiana DBRS "já não ser agora a única" que coloca Portugal num nível de investimento.
O líder do executivo português defendeu neste contexto que o país "está a crescer mais rápido" do que os Estados-membros da zona euro, com "acentuada descida do desemprego" e com um nível de investimento que "é o dobro da média da União Europeia".
"Portugal virou a página da austeridade, obteve bons resultados com políticas que geraram maior confiança para os investidores e trabalhadores, e ganhou credibilidade externa", sustentou António Costa numa nota mais política.
Na sua intervenção, o primeiro-ministro voltou-se a manifestar "orgulhoso" com a integração da maioria dos membros da comunidade portuguesa no Canadá, que atinge perto de meio milhão.
Depois de referências ao aumento das exportações de Portugal na casa dos 12% entre 2012 e 2017, mas também à subida das exportações canadianas para o mercado nacional, António Costa voltou a defender a existência de mais oportunidades na sequência da conclusão do acordo de livre comércio entre a União Europeia e o Canadá, o CETA.
"O CETA é o mais ambicioso acordo comercial até agora celebrado pela União Europeia. Reduzirá os custos de exportação dos dois lados do Atlântico e diminuirá um vasto conjunto de entraves comerciais. O CETA representa uma grande oportunidade desde o comércio de bens, aos serviços, até ao reconhecimento de diplomas de ensino", acrescentou António Costa.
[Notícia atualizada às 18h20]
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