Numa conferência de imprensa conjunta com o seu homólogo sueco, Stefan Löfve, António Costa destacou o “excelente exemplo” da Suécia nesta matéria e lamentou que outros países se recusem a cumprir aquilo que foi acordado ao nível europeu em termos de repartição do esforço no acolhimento de refugiados, que lembrou ser um dever da União Europeia e de todos os seus membros.
“Acho que em primeiro lugar é positivo que o referendo não tenha tido o resultado esperado, porque a resposta para a questão dos refugiados não é fecharmos fronteiras, não é pôr em causa aquilo que é a liberdade de movimento dentro do espaço europeu, nem é a União Europeia não assumir as suas responsabilidades de proteção internacional a quem dela carece”, começou por dizer, em resposta a uma questão da imprensa sueca sobre o referendo da véspera na Hungria.
A resposta, disse, é “assumir responsabilidade de forma partilhada, como disso tem sido um excelente exemplo a Suécia”.
“O que é particularmente injusto é que países como a Suécia estejam hoje a suportar um peso excessivo no acolhimento de refugiados porque outros países se recusam a cumprir aquilo que foi comumente acordado entre todos, de repartição deste esforço”, afirmou, lembrando que também Portugal propôs e se dispôs a acolher mais refugiados além da quota, numa base bilateral, com países como a Suécia.
Também o chefe de Governo sueco sublinhou os “pontos de vista semelhantes” de Suécia e Portugal sobre a necessidade de uma “responsabilidade partilhada” no seio da União Europeia a nível de acolhimento de refugiados e na defesa de um verdadeiro sistema europeu comum de asilo.
“Desde que o seu Governo tomou posse, o primeiro-ministro Costa mostrou grande solidariedade e vontade de acolher ainda mais refugiados em Portugal e este é sem dúvida um passo positivo e muito bem-vindo, na direção certa”, declarou Löfven.
O referendo de domingo na Hungria sobre a chave de repartição de refugiados pelos Estados-membros proposta pela Comissão Europeia foi declarado inválido por falta de participação: a consulta popular teve uma participação de 43,23% dos eleitores, número inferior aos 50% necessários para que o escrutínio fosse legalmente válido.
O "não" ganhou a simpatia dos votantes, obtendo 98,24% dos votos.
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