“Podemos contar com Jean-Claude Juncker na Comissão e com Donald Tusk no Conselho, são duas mais-valias que nós temos tido, e esperemos que rapidamente, com a mudança da presidência do Eurogrupo, possamos também ter no Eurogrupo um novo presidente capaz de dar um sinal positivo para a construção dos consensos que são essenciais para podermos ter uma zona euro mais estável e que seja um fator de união entre todos os países da zona euro”, disse em Bruxelas, à margem de um Conselho Europeu.

O holandês Jeroen Dijsselbloem cumpre um segundo mandato à frente do fórum de ministros das Finanças da zona euro, que termina em janeiro de 2018, mas poderá cessar funções mais cedo em função do resultado das eleições legislativas na Holanda agendadas para 15 de março.

Sobre a reeleição de Tusk, que teve o voto favorável de 27 Estados-membros e apenas a “oposição exclusiva do seu próprio país”, a Polónia, Costa considerou que foi uma escolha óbvia.

“Foi, em primeiro lugar, um sinal de unidade, de que não estamos disponíveis para ver contaminado o debate europeu por questões de política interna. Em segundo lugar,(resultou) de uma avaliação globalmente positiva que todos fazemos do esforço e do trabalho de Donald Tusk, que tem procurado construir pontes entre os diferentes Estados-membros - os do Leste e do Ocidente, os do Norte e do Sul, os pequenos e os grandes -, num contexto que, como todos sabemos, tem sido difícil para a UE, e onde ele tem sido um bom ator e dinamizador de consensos”, considerou.

A insólita oposição do Governo polaco à reeleição de Tusk prendia-se com a antiga e conhecida animosidade entre o atual presidente do Conselho Europeu e Jaroslaw Kaczynski, líder da principal força política polaca, o partido ultraconservador Direito e Justiça (PiS), no poder, que decidiu então apresentar o seu próprio candidato, o eurodeputado Saryusz-Wolski, um “ilustre desconhecido” em Bruxelas, que só contou mesmo com o apoio de Varsóvia.

“Sabe, nem todos têm a boa tradição portuguesa, de apoiar os candidatos nacionais. Quando o dr.Durão Barroso foi candidato a presidente da Comissão (2004), eu próprio era deputado europeu e votei favoravelmente a eleição do dr.Durão Barroso. No ano passado, quando o engenheiro António Guterres foi candidato a secretário-geral das Nações Unidas, não houve nenhuma força política portuguesa que não apoiasse a candidatura do engenheiro António Guterres. Estas são boas tradições, que aliás nos devem honrar”, comentou Costa.

[Notícia atualizada às 20h53]