Com António Costa viajam também para a capital política marroquina os ministros da Economia, Manuel Caldeira Cabral, e do Mar, Ana Paula Vitorino, assim com os secretários de Estado dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Teresa Ribeiro, da Modernização Administrativa, Graça Fonseca, e da Energia, Jorge Seguro Sanches.

A delegação portuguesa integra ainda os presidentes da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP), Luís Castro Henriques, do Instituto Camões, Luís Faro Ramos, e da Agência para a Modernização Administrativa (AMA), Pedro Silva Dias.

Tal como há 15 dias em Tunes, a agenda de António Costa em Rabat terá sobretudo uma componente institucional e política, na segunda-feira, e uma natureza eminentemente económica na terça-feira.

As principais prioridades para esta cimeira, pela parte portuguesa, passam pelo reforço da segurança, sobretudo ao nível da prevenção e combate ao terrorismo - um tema considerado central para o Reino de Marrocos - e pelo reforço das relações económicas e empresariais no plano bilateral.

Na sequência desta cimeira, o Governo português espera um crescimento da presença nacional em domínios como o turismo, a energia (em particular as interligações energéticas) e modernização administrativa, aqui tendo como base a experiência portuguesa nos programas Simplex e Simplex+.

O Governo de António Costa acredita ainda em avanços no intercâmbio ao nível do Ensino Superior, na cultura, na promoção da língua portuguesa e no campo da recuperação do património histórico, em que um dos principais projetos passa pela recuperação e dinamização da antiga cidade portuguesa de Mazagão, atual El-Jadida.

"Portugal mantém com o Reino de Marrocos excelentes relações bilaterais, que se desenvolveram sobretudo a partir da assinatura do Tratado de Boa Vizinhança, de Amizade e de Cooperação em maio de 1994. Desde então intensificaram-se os encontros de alto nível, nomeadamente a realização de 12 Cimeiras de chefes de Governo, a última das quais teve lugar em Lisboa, no dia 20 de abril de 2015", disse à agência Lusa fonte diplomática nacional.

Reflexo da intensidade das relações políticas entre os dois países está, desde logo, o facto de o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, ter feito em junho de 2016 uma visita oficial a Marrocos - deslocação que foi centrada na capital económica deste país, Casablanca, tendo nessa ocasião convidado o rei Mohammed VI para visitar Portugal.

Também António Costa, na qualidade de primeiro-ministro, esteve no ano passado em Marrocos, por ocasião da Cimeira do Clima (COP 2016), que se realizou em Marraquexe.

Na segunda-feira, o primeiro ponto do programa do líder do executivo português ocorrerá ao início da tarde, quando se deslocar ao mausoléu imperial para depor uma coroa de flores nos túmulos dos reis Mohammed V e Hassan, II (avô e pai do atual monarca Mohammed VI).

Uma cerimónia solene em que cumprirá um minuto de silêncio em cada túmulo, procedendo depois António Costa à assinatura do livro de honra.

Neste primeiro dia, em paralelo com os encontros setoriais entre membros dos dois governos, António Costa encontra-se a sós com o seu homólogo marroquino, Saadeddine El Othmani, após o que estão previstas declarações à imprensa.

A agenda de terça-feira de António Costa em Rabat será quase totalmente dedicada à cooperação económica, começando o dia com um pequeno-almoço com empresários portugueses.

Logo depois, o primeiro-ministro português fará uma intervenção na abertura do fórum empresarial luso-marroquino.

A reunião plenária entre os dois governos terá início a meio da manhã, tendo uma duração de cerca de uma hora, finda a qual está prevista a assinatura de acordos bilaterais.

Antes de regressar a Lisboa, António Costa marcará ainda presença num almoço empresarial, que decorrerá na sede do Tesouro Geral do Reino de Marrocos.