Na conferência de imprensa conjunta no final da 33.ª cimeira luso-espanhola, que decorreu hoje em Viana do Castelo, os primeiros-ministros espanhol e português foram questionados sobre como pretendem lidar com a nova primeira-ministra italiana, Georgia Meloni, uma vez que têm ambos uma “política de isolamento da extrema-direita”.

Na resposta, António Costa sublinhou que, “como cidadão e responsável político”, combate “os valores da extrema-direita” e procura evitar que esta corrente política “se alimente das causas do descontentamento” e “contamine e condicione a direita democrática”.

“É o que eu faço como cidadão e como responsável político. Como primeiro-ministro de Portugal, a minha obrigação não é combater nenhum dos meus 26 colegas chefes de Estado e de Governo da União Europeia (UE), é trabalhar com os outros 26 chefes de Estado e de Governo da UE, que são escolhidos pelos respetivos povos para os liderar”, afirmou.

No que se refere às relações com Itália, Costa afirmou que, desde que tomou posse como primeiro-ministro, em 2015, já trabalhou com quatro chefes de executivo italianos, sendo Georgia Meloni a quinta.

“Espero que as relações entre Portugal e Itália continuam a ser boas relações, frutíferas, para bem dos nossos povos e dos nossos dois países, e para ajudar a reforçar a UE”, disse.

Por sua vez, Pedro Sánchez defendeu que, com base na sua experiência, “quando a Espanha e a Itália trabalharam juntas, aconteceram coisas boas”, exemplificando com a “resposta económica à pandemia” ou com a cimeira realizada entre os primeiros-ministros português, espanhol e italiano em Roma, em março deste ano.

“Quero dizer com isto que, evidentemente, as relações entre a Espanha e a Itália são relações que transcendem os Governos e que entrelaçam as nossas sociedades em vários âmbitos”, referiu, adiantando que teve uma conversa telefónica com Georgia Meloni esta semana.