"Sem drama e, pelo contrário, com muita tranquilidade e alegria, foi possível fazer em 2017 uma coisa tão simples, mas tão estranha que é eu ter sido o primeiro primeiro-ministro português a visitar Goa, o que é absolutamente extraordinário tendo em conta 500 anos de relação entre Portugal e a Índia. Estamos hoje numa nova fase do nosso relacionamento", disse António Costa durante a sessão de abertura da Conferência Internacional sobre Goa, em Lisboa.

O primeiro-ministro confessou que "é com muita satisfação" que constata que, "quatro meses passados sobre a visita" de Estado à Índia, "muito do que então foi combinado tem estado a ter concretizações efetivas", dando o exemplo de novas fábricas de um grupo indiano que vão nascer em Portugal e da chegada do primeiro grupo de alunos para as escolas de Turismo portuguesas.

À chegada e à saída da sessão na Casa de Goa, António Costa foi questionado pelos jornalistas sobre a polémica em torno da corrida autárquica à Câmara do Porto, tendo reiterado que quando está como primeiro-ministro não fala de assuntos partidários.

"Já tive a oportunidade de explicar uma coisa - e aliás que é óbvia - quando estou como primeiro-ministro não falo sobre temas partidários. Logo poderemos falar sobre o assunto", disse Costa à saída, antes de se conhecer a decisão do PS/Porto de retirar o apoio ao independente Rui Moreira e candidatar Manuel Pizarro.

Durante o discurso, o primeiro-ministro tinha referido que a visita à Índia foi "para abrir portas e deitar a semente à terra, porque durante muitos anos houve muitos discursos, houve muitos protocolos, mas pouco se concretizou e hoje o nível da relação é distinta".

"Das muitas visitas de Estado que fiz ao estrangeiro nenhuma foi mais emotiva e comovente como esta que pude fazer à Índia", assumiu.

António Costa quis ainda depositar na Casa de Goa os inúmeros presentes e recordações que recebeu nesta viagem à Índia para partilhar com todos a comunidade goesa a residir em Portugal.

"Há um futuro onde nos temos que centrar. Aquilo que fizemos nos 500 anos para trás é só o princípio daquilo que temos para fazer ao longo de todos os muitos anos da Índia e de Portugal no futuro", defendeu o primeiro-ministro, que foi hoje agraciado pela Casa de Goa com a condição de sócio honorário.