"A boa notícia que existe — e que é fruto do esforço dos portugueses — é que já foi possível atingir ontem [quarta-feira], segundo informação da nossa 'task force' que coordena o processo de vacinação contra a covid-19, a administração de duas doses de vacina ou de uma vacina no caso das vacinas de uma dose, ou seja, ter 70% de população residente em Portugal com vacinação completa à data de ontem [quarta-feira]", afirmou.
"É um resultado muito importante", frisou, embora salientasse que era tempo de olhar para o próximo objetivo, "os 85%".
"É um resultado muito importante e vale a pena referir que, quando a presidente da Comissão Europeia começou a falar dele em janeiro, encarávamo-lo numa forma longínqua no tempo e quase se chegaríamos ou não lá. O dia de hoje prova que conseguimos atingir este resultado e agora temos de continuar para o próximo passo, que é o objetivo dos 85%", resumiu.
Também deu conta de que estão a ser inoculadas, em média, 100 mil pessoas diariamente.
No último relatório de vacinação disponível, de terça-feira, era possível verificar que Portugal tinha 66% da população residente com a vacinação completa.
Questionada sobre esta meta significava que o executivo iria antecipar o alívio das restrições, Marta Temido explicou que o "Governo definiu um caminho" no plano de desconfinamento — que prevê uma nova fase de alívio nas restrições nos próximos meses de setembro e outubro.
Todavia, mediante os resultados hoje revelados, não excluiu que o alívio das restrições aconteça mais cedo. A decisão vai depender da apreciação feita pelo Conselho de Ministros, "provavelmente numa reunião extraordinária".
"Há uma reunião marcada para de hoje a uma semana. Mas o Conselho de Ministros está a trabalhar e naturalmente que uma alteração de circunstância deste tipo pode motivar uma reunião extraordinária amanhã depois de conhecido o relatório do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA) — para avançar para aquilo que eram o conjunto associados ao limiar dos 70%", disse.
Máscara ao ar livre vai deixar de ser obrigatória?
A governante começou por salientar que eram "coisas distintas".
"Uma coisa é o compromisso do alívio de medidas associada a esta verificação positiva de resultados, que tem a ver com regras de lotação, com a possibilidade [de as pessoas] se juntarem em restaurantes, um conjunto de medidas. Coisa diferente é a proteção individual", disse, acrescentando depois que a "norma que está em vigor é uma norma que foi enviada pela Assembleia da República" e que "compete à Assembleia da Republica proceder a essa apreciação".
Ou seja, "terá de ser sempre conciliada com as circunstâncias" para que tal aconteça. Contudo, afirmou que "ao ar livre, o distanciamento é barreira suficiente". Sem esquecer, no entanto, que "é preciso que todos consideremos os nossos atos enquanto vivermos em pandemia", lembra.
E a terceira dose?
Nos Estados Unidos, as autoridades de saúde anunciaram esta quarta-feira ter planos para a distribuição de vacinas contra a covid-19 a todos os norte-americanos de modo a ter dada a terceira dose da vacina. Questionada se Portugal estava a equacionar fazer o mesmo, a ministra da Saúde fez saber que tanto Governo como DGS aguardam as orientações da Agência Europeia do Medicamento para tomar uma decisão. Marta Temido fez saber que os resultados dos estudos deverão, em princípio, ser conhecidos no final de agosto.
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