Em declarações à agência Lusa, José Robalo considerou que o elevado número de surtos em estruturas residenciais para idosos (ERPI) “faz com que a incidência” de infeções na região “suba muito”, uma vez que “esta proliferação de infeções se faz de forma mais fácil em ambientes fechados”, e demarcou o elevado número de surtos dos casos existentes na comunidade.

“Por exemplo, no Alentejo Central, que é um pouco um espelho do que se passa noutras áreas, temos neste momento cerca de 300 pessoas infetadas em lares. E se olharmos para o número de colaboradores destas instituições, andarão à volta de 150”, justificou o presidente da ARS Alentejo.

Números que fazem com que as “preocupações” estejam “essencialmente nos lares” e que, apesar do início da campanha de vacinação nestas estruturas, levam José Robalo a redobrar os apelos para que as pessoas continuem a seguir as indicações básicas da Direção-Geral da Saúde (DGS).

“Se não continuarmos a solicitar às pessoas para garantir o distanciamento físico, para ter os cuidados de higiene, particularmente com as mãos, utilizando desinfetantes de base alcoólica e se não insistirmos em usarem máscaras, mesmo com as vacinas vamos ter dificuldades para evitar esta proliferação”, advertiu José Robalo.

Até porque, lembrou o presidente da ARS Alentejo, “uma das coisas que não se tem conhecimento é se uma pessoa que foi vacinada consegue transmitir o vírus”.

“Calcule que a pessoa tem o vírus nas mãos. Ela pode, de facto, estar protegida relativamente à infeção, mas ser um fator de transporte para outras pessoas e é isso que temos de continuar a preservar: essa preocupação de manter as condições básicas determinadas pela DGS”, exemplificou.

Sobre a capacidade de resposta das autoridades de saúde locais ao crescente número de casos na região, José Robalo frisou que é necessário “ir adaptando ao número de casos” e, nesse sentido, referiu que foram contratadas pessoas para fazer o acompanhamento dos “contactos com pessoas positivas”, área onde conta com “a ajuda das Forças Armadas” e dos “profissionais dos centros de saúde”.

A atual vaga “está a ter uma maior incidência no Alentejo do que as anteriores”, acrescentou, lembrando que há dois dias a região atingiu “o máximo de doentes internados em hospitais”.

“Estamos a funcionar em rede. Significa que, se não tivermos capacidade num hospital, podemos perceber junto dos outros para onde é que podemos encaminhar os doentes de forma a que tenham todos os cuidados a que têm direito e o melhor atendimento possível”, explicou o presidente da ARS Alentejo.

A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 1.869.674 mortos resultantes de mais de 86,3 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Portugal contabiliza pelo menos 7.377 mortos associados à covid-19 em 446.606 casos confirmados de infeção, segundo o último boletim da Direção-Geral da Saúde (DGS).

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.