Em nota enviada à agência Lusa, a APDL aponta que, estando em causa a evolução do surto da Covid-19, o qual na quarta-feira foi declarado como pandemia mundial, tem seguido as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) e as normas e orientações da Direção-Geral da Saúde (DGS), estando “em estreita articulação” com a Autoridade de Saúde Portuária.
A agência Lusa questionou a APDL sobre se tem intenção de restringir o acesso de navios-cruzeiro como medida de contenção face ao surto da Covid-19, bem como se tem mantido contactos com a tutela no sentido de definir medidas mais apertadas ou mesmo semelhantes às que o Governo Regional da Madeira que decretou a suspensão de atracagem de navios e de iates, mas até ao momento não teve resposta.
Já relativamente às medidas atualmente implementadas, a APDL descreveu que, antes da chegada de qualquer navio, nos quais se incluem os navios de passageiros, é perguntado quais os 10 últimos portos escalados pelo navio, estando em causa saber se fazem desse trajeto os portos/locais considerados de risco.
“[Para este efeito] foi desenvolvido um automatismo suportado por uma ‘app’ específica de identificação de todos os navios e portos escalados anteriormente”, descreve a autoridade portuária em comunicado.
A APDL também exige saber se as nacionalidades dos tripulantes e dos passageiros constam da lista de países de risco.
“Se o inquérito sobre o estado sanitário de bordo, elaborado pela equipa médica do navio, atesta não haver qualquer problema sanitário ou suspeição e se o navio tem livre prática da Autoridade de Saúde Portuária”, são outras das perguntas e exigências que estão a ser feitas.
Na mesma nota, a APDL descreve que os navios de cruzeiros têm todos a bordo um médico, ou uma equipa médica, que tem de submeter a declaração marítima de saúde, a qual, por sua vez, é submetida à Autoridade de Saúde Marítima.
“Só após se verificar este despacho o navio poderá, ou não, atracar em Leixões. Caso declare algum suspeito são tomadas as medidas impostas pela DGS para o isolamento ou o transporte do suspeito de contaminação, o que até ao momento não se registou nenhum caso suspeito ou de risco”, frisa, por fim, a APDL.
O novo coronavírus responsável pela Covid-19 foi detetado em dezembro, na China, e já provocou mais de 4.600 mortos em todo o mundo, levando a Organização Mundial de Saúde a declarar a doença como pandemia.
O número de infetados ultrapassou as 125 mil pessoas, com casos registados em cerca de 120 países e territórios, incluindo Portugal, que tem 78 casos confirmados.
A China registou nas últimas 24 horas 15 novos casos de infeção pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2), o número mais baixo desde que iniciou a contagem diária, em janeiro.
Até à meia-noite de quarta-feira (16:00 horas em Lisboa), o número de mortos na China continental, que exclui Macau e Hong Kong, subiu em 11, para 3.169. No total, o país soma 80.793 infetados.
Face ao avanço da pandemia, vários países têm adotado medidas excecionais, incluindo o regime de quarentena inicialmente decretado pela China na zona do surto.
A Itália é o caso mais grave depois da China, com mais de 12.000 infetados e pelo menos 827 mortos, o que levou o Governo a decretar a quarentena em todo o país.
Em Portugal, a Direção-Geral da Saúde (DGS) atualizou hoje o número de infetados, que registou o maior aumento num dia (19), ao passar de 59 para 78, dos quais 69 estão internados.
A região Norte continua a ser a que regista o maior número de casos confirmados (44), seguida da Grande Lisboa (23) e das regiões Centro e do Algarve, ambas com cinco casos confirmados da doença.
O boletim divulgado hoje assinala também que há 133 casos a aguardar resultado laboratorial e 4.923 contactos em vigilância, mais 1.857 do que na quarta-feira.
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