“Já decidimos um pacote de medidas orçamentais de cerca de 1% do PIB, em média, para apoiar a economia em 2020”, informa em comunicado o grupo dos ministros das Finanças da zona euro, que é presidido pelo português Mário Centeno, numa alusão às garantias de flexibilidade dadas pela Comissão Europeia e dos apoios de Bruxelas à liquidez.

Na nota divulgada após uma reunião realizada esta tarde por videoconferência, o Eurogrupo garante “acompanhar a situação muito de perto, estando em contacto permanente e coordenado para dar uma forte resposta da política económica à situação excecional”, mas não dá conta de qualquer medida adicional às anunciadas nos últimos dias pelo executivo comunitário e pelo Banco Central Europeu (BCE), que avançou com estímulos à estabilidade financeira.

“Os nossos compromissos refletem a nossa forte determinação em fazer o que for necessário para enfrentar os desafios atuais e restaurar a confiança, visando uma rápida recuperação” económica, assegura o Eurogrupo no comunicado.

Os ministros das Finanças da UE abordam também os compromissos assumidos de “providenciar mecanismos de liquidez equivalentes a pelo menos 10% do PIB, que consistem em regimes públicos de garantias e adiamentos de pagamentos de impostos”.

Na declaração conjunta, o Eurogrupo manifesta ainda “solidariedade para com os cidadãos e os Estados-membros particularmente afetados por esta crise, e gratidão por aqueles que arriscam a sua própria saúde para salvar vidas”.

“Saudamos todas as medidas adotadas pelos Estados-membros e pela Comissão Europeia […] e, perante estas circunstâncias excecionais, concordamos que é necessária uma resposta política imediata, ambiciosa e coordenada”, acrescenta.

Os ministros das Finanças da zona euro adiantam: “Responderemos com rapidez e flexibilidade aos desenvolvimentos à medida que ocorrem. Usaremos todos os instrumentos necessários para limitar as consequências socioeconómicas do surto de Covid-19”.

O coronavírus responsável pela pandemia da Covid-19 infetou cerca de 170 mil pessoas, das quais 6.850 morreram.

Das pessoas infetadas em todo o mundo, mais de 75 mil recuperaram da doença.

O surto começou na China, em dezembro, e espalhou-se por mais de 140 países e territórios, o que levou a Organização Mundial da Saúde a declarar uma situação de pandemia.

Depois da China, que regista a maioria dos casos, a Europa tornou-se o epicentro da pandemia, com quase 60 mil infetados e pelo menos 2.684 mortos.

A Itália com 2.158 mortos (em 27.980 casos), a Espanha com 309 mortos (9.191 casos) e a França com 127 mortos (5.423 casos) são os países mais afetados na Europa.

Face ao avanço da pandemia, vários países adotaram medidas excecionais, incluindo o regime de quarentena e o encerramento de fronteiras.

Portugal registou hoje a primeira morte, anunciou a ministra da Saúde, Marta Temido. No país existem, até ao momento, 331 pessoas infetadas com Covid-19.