Em declarações hoje à Lusa, Eduardo Vítor Rodrigues adiantou que, para a próxima quarta-feira, está marcada uma reunião com os seis municípios que integram a Unidade Técnica de Suporte (UTS) onde vai ser discutir este tema.
"Não posso garantir o que vai acontecer. (…) Mas eu, sinceramente, julgo que vai ser difícil imaginar que o passe família vai entrar em vigor numa altura em que basicamente as famílias estão em casa e, portanto, o impacto da medida não parece que vá ser muito significativo", defendeu.
O autarca salienta que as escolas estão fechadas e parte dos trabalhadores em regime de teletrabalho.
"Eu antevejo o adiamento da entrada em vigor [do passe família]. Não vejo alternativa porque era iniciar um processo que vai traduzir-se em nada, quando muito vai traduzir-se num ato panfletário", disse.
Por outro lado, acrescenta o autarca de Vila Nova de Gaia e presidente da AMP, há também um "bloqueio burocrático" decorrente da situação de emergência que o país enfrenta, uma vez que a medida tem de ser validada pelas assembleias municipais dos 17 municípios.
Se fosse esse o problema, nem que fosse por videoconferência fazia a assembleia municipal, mas o problema aqui é quem vai beneficiar desta medida agora", alertou.
Eduardo Vítor Rodrigues escusou, contudo, a apontar uma data concreta para a entrada em vigor do passe família, por entender que a medida terá de ser avaliada em função da evolução do quadro epidemiológico no país.
Admitiu, contudo, que se o próximo ano letivo começar de forma normal, o título possa entrar em vigor nessa altura.
O passe família, aprovado pelos 17 municípios da Área Metropolitana do Porto no final de janeiro, entra em vigor no dia 01 de maio, quase um ano após o mesmo ter sucedido em Lisboa.
De acordo com o que foi anunciado em fevereiro por aquela entidade, a sua emissão pode ser requisitada a partir de 13 de abril, mediante a apresentação da declaração de IRS.
O passe família vai permitir que todos os elementos de um agregado familiar que vivam na mesma casa tenham acesso ao passe único por um preço fixo de 80 euros, correspondente ao valor de dois títulos mensais.
À semelhança do que acontece com o passe único, os portadores deste título poderão optar entre duas assinaturas: o Andante Família Metropolitano, válido em toda a área metropolitana, com um custo mensal de 80 euros, e o Andante Família Municipal, que terá um custo de 60 euros mensais e será válido para viagens dentro do município ou até três zonas.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de um milhão de pessoas em todo o mundo, das quais morreram perto de 54 mil.
Em Portugal, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde, registaram-se 246 mortes, mais 37 do que na véspera (+17,7%), e 9.886 casos de infeções confirmadas, o que representa um aumento de 852 em relação a quinta-feira (+9,4%).
Dos infetados, 1.058 estão internados, 245 dos quais em unidades de cuidados intensivos, e há 68 doentes que já recuperaram.
Portugal, onde os primeiros casos confirmados foram registados no dia 02 de março, mantém-se em estado de emergência desde as 00:00 de 19 de março e até ao final do dia 17 de abril, depois do prolongamento aprovado na quinta-feira na Assembleia da República.
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