“É hora da área metropolitana de Buenos Aires, que está em isolamento obrigatório desde o primeiro dia, agora passe a uma fase de distanciamento social”, anunciou o presidente Alberto Fernández a partir da residência oficial.

“Na área metropolitana de Buenos Aires, estamos com oito semanas consecutivas de queda nos contágios. A quantidade de casos é menos da metade do que era há oito semanas”, explicou Fernández para justificar o fim da “quarentena eterna” a partir de segunda-feira, depois de 233 dias de isolamento (desde 20 de março), naquela que é considerada a mais prolongada quarentena do mundo.

No entanto, o Presidente deixou claro que “o problema não está superado” e que o fim do isolamento na região mais importante do país, que envolve a capital argentina e mais dez municípios vizinhos, num total de 16 milhões de pessoas, não significa que tenham acabado todas as restrições.

“Essa nova fase basicamente autoriza a circular sem autorização, mas o transporte público vai continuar exclusivo para as atividades essenciais. Além disso, uma série de atividades vão continuar restringidas”, esclareceu o Presidente, indicando que as medidas vão valer até 29 de novembro, quando serão reavaliadas.

As atividades que implicarem aglomerações como teatro, cinema e espetáculos em locais fechados vão continuar proibidas. Bares e restaurantes poderão abrir partes que tenham ventilação natural e a ocupação interna não poderá superar os 25% da capacidade máxima.

No entanto, em outras dez das 24 províncias do país, a quarentena continua.

“Esse melhor tempo na área metropolitana de Buenos Aires não é para todo o país. Nos departamentos de dez províncias, o isolamento continua. São províncias onde os contágios estão estáveis ou em aumento. Procuramos restringir ao máximo a circulação”, avisou o chefe de Estado.

Na manhã de hoje, Alberto Fernández manteve uma longa conversa telefónica com o Presidente da federação Russa, Vladimir Putin. O núcleo da conversa foi um acordo para que milhões de vacinas russas cheguem à Argentina a partir de dezembro, quando o país pretende começar uma vacinação em massa.

“Estamos a trabalhar para aprovar a vacina se estiver em condições de ser aprovada. Vamos dedicar todo o nosso esforço para preparar o processo de vacinação a partir do final de dezembro”, anunciou Alberto Fernández no que classificou como “a epopeia de pôr fim ao vírus através da vacina”.

Segundo o Presidente, a Argentina conseguiu o fornecimento de 10 milhões de vacinas (20 milhões de doses em duas etapas). E perante as fortes dúvidas quanto à qualidade da vacina russa, Alberto Fernández respondeu que “ninguém pode duvidar da qualidade técnica dos que as produzem”.

“As vacinas têm um nível de qualidade técnica e científica de altíssima qualidade em todos os casos”, garantiu o Presidente argentino.