As declarações de António Lacerda Sales surgem na sequência de o Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA) ter divulgado que há 69 casos da variante Ómicron do coronavírus SARS-CoV-2 em Portugal e dos últimos dados revelarem uma "tendência fortemente indicadora da existência de circulação comunitária”.
Questionado sobre se são necessárias novas restrições perante estes dados, o governante afirmou que "neste momento o que é necessário é reforçar o conjunto de comportamentos já adotados pela população".
“O Instituto Nacional Dr. Ricardo Jorge faz uma sequenciação em tempo real destas amostras e isso é de facto muito, muito importante”, afirmou António Lacerda Sales, à margem da cerimónia da tomada de posse do primeiro bastonário da Ordem dos Fisioterapeutas, António Lopes.
O governante sublinhou que “parece que há uma maior transmissibilidade desta variante”, o que pode ser “um forte indicador” que possa vir a ser de transmissão comunitária.
“Sendo uma variante de preocupação”, como foi declarada pela Organização Mundial da Saúde, o secretário de Estado defendeu que a população deve reforçar “um conjunto de atitudes e um conjunto de comportamentos”, nomeadamente o reforço da vacinação, o reforço da testagem, o uso de máscara, o distanciamento social e o controlo de fronteiras.
Segundo Lacerda Sales, são “medidas importantes” que se têm refletido no número de internamentos.
“Ao dia de hoje os internamentos são cerca de mais 2% do que eram a semana passada, cerca de 800 pessoas em internamento convencional e cerca de 140 em unidades de cuidados intensivos, o que significa que é uma baixa residual em relação ao aumento da semana passada”, observou.
Isso significa, frisou, que “as medidas que neste momento têm 14 dias estão a proteger o Serviço Nacional de Saúde, estão a proteger os nossos profissionais e as nossas instituições de saúde e isso é muito importante”.
“Creio que estes 2% de aumento sobre os serviços de saúde são bem expressivos de que realmente há uma contenção e há uma proteção evidente das medidas que hoje têm cerca de 14 dias”, reforçou o governante.
Questionado sobre se as previsões de especialistas de que o pico da quinta vaga ocorrerá nas semanas anteriores ao Natal não são motivo de preocupação, afirmou que as autoridades de saúde ficam sempre preocupadas.
“Nós ficamos sempre preocupados e por isso é que pedimos os planos de contingência dos hospitais e as escalas de urgência dos hospitais, que já temos”, afirmou.
Também é por isso, acrescentou, “que preparamos os nossos serviços e é por isso conhecemos a realidade da expansibilidade e da elasticidade o Serviço Nacional de Saúde”.
Apesar da preocupação, António Lacerda Sales defendeu que também tem de se viver “cada momento possível”
“E neste momento a realidade é que a perceção que temos é que as medidas que o Governo tomou há 14 dias são medidas que estão de facto a proteger o Serviço Nacional de Saúde pelos números que temos”, reiterou.
Sobre se as doses de reforço da vacina contra a covid-19 que já foram dadas estão a dar sinais de que a pressão sobre o Serviço Nacional de Saúde está a baixar, voltou a dizer que os números dos internamentos são “muito expressivos no sentido de mostrar que as medidas estão a surtir efeito e a proteger o Serviço Nacional de Saúde”.
A variante Ómicron do SARS-CoV-2 foi detetada na África Austral, mas desde que as autoridades sanitárias sul-africanas deram o alerta, em 24 de novembro, foram notificadas infeções em mais de 60 países de todos os continentes, incluindo Portugal.
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