“Não se confirmando nenhuma cadeia de transmissão na ilha [Graciosa], é claro que agora podemos pensar de uma outra forma e ter aqui um outro tipo de informação que nos ajude a decidir sobre as autorizações de deslocação. Nesse sentido, iremos reapreciar esses casos, a par de outros”, afirmou, em Angra do Heroísmo, no ponto de situação diário sobre a evolução do surto de covid-19 na região.
Em causa estão cinco bombeiros das ilhas Graciosa e São Jorge, que se deslocaram à ilha do Corvo para uma prestação de serviços no aeródromo, que deveria ter demorado duas semanas, mas já ultrapassou os 40 dias, porque ainda não obtiveram autorização para viajar.
Desde o dia 19 de março que as ligações aéreas e marítimas inter-ilhas nos Açores estão reduzidas a transporte de carga e ao transporte excecional de passageiros, com autorização da Autoridade de Saúde Regional.
Questionado pelos jornalistas sobre este caso, Tiago Lopes justificou a demora com a necessidade de garantir que existiam condições de segurança para que a viagem se efetuasse.
“Tínhamos alguns casos positivos registados ainda na região e estivemos a avaliar se esses casos positivos, nomeadamente na ilha Graciosa, iriam originar alguma cadeia de transmissão”, afirmou.
O responsável da Autoridade de Saúde Regional admitiu rever o caso destes bombeiros, mas salientou que continuará a existir “alguma contenção nas deslocações inter-ilhas”, sobretudo para ilhas sem casos positivos de covid-19 (Corvo, Flores e Santa Maria).
Desde o início do surto foram confirmados 138 casos da covid-19 nos Açores, 104 dos quais atualmente ativos, tendo ocorrido 25 recuperações (14 em São Miguel, seis na Terceira, quatro em São Jorge e uma no Pico) e nove mortes (em São Miguel).
A ilha de São Miguel é a que registou mais casos (100), seguindo-se Terceira (11), Pico (10), São Jorge (sete), Faial (cinco) e Graciosa (cinco).
A nível global, segundo um balanço da AFP, a pandemia da covid-19 já provocou mais de 200 mil mortos e infetou mais de 2,8 milhões de pessoas em 193 países e territórios.
Mais de 736 mil doentes foram considerados curados.
Em Portugal, morreram 854 pessoas das 22.797 confirmadas como infetadas, e há 1.228 casos recuperados, de acordo com a Direção-Geral da Saúde.
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