No total, 1.128 pessoas foram diagnosticadas com covid-19, estando a maioria nos estados de São Paulo (459) e Rio de Janeiro (119).

Estes dois estados concentram também todas as vítimas mortais pela doença do novo coronavírus, tendo São Paulo registado 15 mortos e o Rio de Janeiro os restantes três.

Os números representam um aumento face ao balanço apresentado na sexta-feira pelo ministro da Saúde, que registavam 11 mortos e um total de 904 infeções.

O estado de Roraima é agora o único sem casos registados, depois de o Maranhão ter anunciado o seu primeiro caso de infeção.

Durante a conferência de imprensa, o secretário executivo do Ministério da Saúde, João Gabbardo dos Reis, anunciou também que o Brasil vai deixar de apresentar o número de casos suspeitos, justificando a decisão com o aumento da transmissão comunitária.

Da mesma forma, o responsável acrescentou que “qualquer brasileiro” que apresentar sintomas gripais “será considerado suspeito”.

“Não faz mais sentido relacionar a viagens a países contaminados”, vincou João Gabbardo dos Reis.

O secretário executivo assinalou também que o Brasil tem pedido ajuda a vários países, assim como tem recebido pedidos de países mais afetados, nomeadamente da Itália, que solicitou ventiladores às autoridades brasileiras.

“Vamos fazer uma parceira com Itália. Nós vamos fornecer aquilo que a Itália nos está a pedir — esperamos que Itália possa rapidamente resolver e começar a ter uma redução do seu número de casos — e provavelmente a Itália possa atender o Brasil mais adiante, quando nós possamos estar numa situação de maior gravidade que aquela que temos hoje”, disse.

Questionado sobre o estado da curva epidemiológica no Brasil, o secretário executivo assumiu que o Brasil está “muito longe da curva da Coreia [do Sul]”, mas sim “um pouco acima da Alemanha e abaixo da Itália”.

Na conferência de imprensa foi abordada a utilização de cloroquina para o tratamento de infetados com covid-19, após o Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, ter anunciado que os laboratórios químicos e farmacêuticos do Exército do país vão ampliar a produção deste fármaco.

O anúncio foi feito esta tarde por Bolsonaro na plataforma social Twitter, que indicou que há uma investigação sobre a eficácia deste fármaco, regularmente utilizado para o tratamento de artrite, lúpus e malária, contra a covid-19.

O secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Wanderson de Oliveira, alertou que este fármaco está a ser utilizado de forma experimental em casos mais graves de portadores do novo coronavírus.

Devido à afluência verificada nas farmácias para a aquisição de cloroquina, as autoridades de saúde brasileiras anunciaram que a compra deste medicamento estará sujeita a receita médica, uma vez que continua a ser necessário para doentes com artrite, lúpus e malária.

Além disso, Wanderson de Oliveira alertou a população para que esta não se automedicar, uma vez que a cloroquina “tem efeitos colaterais graves” e a sua utilização exclusiva não é suficiente para o tratamento da covid-19.

Este medicamento “não é para ser utilizado por quem está engripado e que acha que se tomar esse medicamento não vai ter complicações com a síndroma gripal”, advertiu Wanderson de Oliveira.

O secretário executivo acrescentou que o Brasil está “a chegar a um momento difícil” e que “as pessoas não podem ficar à espera (…) que o poder público tome ações para evitar o crescimento” da doença.

“Cada um de nós precisa de fazer a sua parte”, assinalou João Gabbardo dos Reis.

Jair Bolsonaro e vários membros do Governo brasileiro, que viajaram no início do mês para os Estados Unidos da América (EUA), foram submetidos a exames ao novo coronavírus, depois de a análise do secretário especial de comunicação da Presidência, Fábio Wajngarten, ter sido positiva.

Segundo a imprensa local, já são mais de 20 as pessoas que integraram a comitiva governamental na viagem aos EUA que contraíram a covid-19, incluindo dois ministros.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 271 mil pessoas em todo o mundo, das quais pelo menos 12.000 morreram.

Vários países adotaram medidas excecionais, incluindo o regime de quarentena e o encerramento de fronteiras.