Esta quarta-feira, 18 de março, todas as máquinas de venda de títulos e os validadores da rede do Metro do Porto vão ser desligados, informou hoje a empresa.

Assim, "até indicação em contrário, o carregamento e a validação do Andante deixa de ser necessário e obrigatório", anunciou a Metro nas redes sociais.

Também a STCP revelou na sexta-feira que as entradas nos autocarros começaram a ser feitas pela porta traseira, as validações de bilhetes estão suspensas e as viagens dos elétricos canceladas devido à Covid-19.

Em comunicado, a empresa destacou ter decidido “manter a oferta atualmente em vigor”, mas aplicar no serviço “mudanças preventivas” que passam também pela suspensão da venda de bilhetes a bordo.

A intenção é “reduzir o contacto físico com os motoristas e criar condições para que o serviço possa continuar a ser realizado”, disse a fonte da STCP, acrescentando que, quanto ao elétrico, dada a sua “vertente essencialmente turística”, foi decidido suspender a circulação até 03 de abril.

A Metro do Porto e a Sociedade de Transportes Coletivos do Porto (STCP) revelaram há uma semana que estavam a reforçar a limpeza das suas viaturas, fazendo desinfeções diárias devido ao surto de Covid-19.

Em resposta a questões então colocadas pela Lusa, a Metro do Porto anunciou um plano para “desinfeção diária de todos os veículos, incluindo as cabinas de condução e os salões dos passageiros”, bem como de “corrimões e outros pontos de contacto existentes nas estações subterrâneas”.

A Metro do Porto acrescentou que nos dias seguintes iria “receber e imediatamente começar a utilizar equipamento de limpeza de largo espetro, mais eficaz e com garantias de uma higienização mais prolongada no tempo”.

Noutra nota de imprensa, a STCP revelou que “avançou com um reforço adicional de higienização e desinfeção, enquanto medida preventiva face a possíveis situações de contágio de Covid-19, respeitando as diretrizes globais recomendadas pelas autoridades de saúde”.

Já ontem de manhã, uma centena de funcionárias de limpeza da empresa privada que presta serviço no Metro do Porto recusou trabalhar porque “faltam luvas e desinfetante”.

“Até haver luvas e desinfetante, as cerca de 100 trabalhadoras recusam trabalhar. Todos os funcionários, sejam da empresa do Metro ou de empresas ao serviço do Metro, têm de estar protegidos face ao coronavírus”, afirmou Eduardo Teixeira, do Sindicato dos Trabalhadores de Serviços de Portaria, Vigilância, Limpeza, Domésticas e Atividades Diversas (STAD).

Em Portugal, a Direção-Geral da Saúde (DGS) elevou hoje número de casos confirmados de infeção para 448, mais 117 do que na segunda-feira, dia em que se registou a primeira morte no país.

Dos casos confirmados, 242 estão a recuperar em casa e 206 estão internados, 17 dos quais em Unidades de Cuidados Intensivos (UCI).

O boletim divulgado pela DGS assinala 4.030 casos suspeitos até hoje, dos quais 323 aguardavam resultado laboratorial.

Das pessoas infetadas em Portugal, três recuperaram.

De acordo com o boletim, há 6.852 contactos em vigilância pelas autoridades de saúde.

Atualmente, há 19 cadeias de transmissão ativas em Portugal, mais uma do que no domingo.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, convocou uma reunião do Conselho de Estado para quarta-feira, para discutir a eventual decisão de decretar o estado de emergência.

Portugal está em estado de alerta desde sexta-feira, e o Governo colocou os meios de proteção civil e as forças e serviços de segurança em prontidão.

Entre as medidas para conter a pandemia, o Governo suspendeu as atividades letivas presenciais em todas as escolas desde segunda-feira e impôs restrições em estabelecimentos comerciais e transportes, entre outras.

O Governo também anunciou o controlo de fronteiras terrestres com Espanha, passando a existir nove pontos de passagem e exclusivamente destinados para transporte de mercadorias e trabalhadores que tenham de se deslocar por razões profissionais.

*Com Lusa