"Na opinião do CDS as escolas só devem retomar a atividade presencial, de forma gradual, a seguir à interrupção para as férias da Páscoa. Não parece que faça grande sentido andarmos em avanços e recuos se daqui a duas semanas inicia-se o período de férias e os alunos terão de voltar para sua casa", afirmou.
Francisco Rodrigues dos Santos alertou para "o risco de estar a abrir demasiado o país, para durante a semana pascal" ser necessário "aplicar medidas mais restritivas" novamente, o que "baralharia os portugueses” e acabaria por “ter um efeito perverso e contrário ao que se pretende”.
O presidente do CDS-PP defendeu que "faz mais sentido que o planeamento seja feito a partir do regresso às aulas pós-Páscoa e que dê tempo suficiente para o Governo assegurar a testagem massiva, eventualmente um desdobramento de turmas, o distanciamento físico dentro das salas de aula e permita acautelar todas as situações possíveis de contágio em ambiente escolar".
Além da testagem das comunidades escolares no setor público, privado e cooperativo, o presidente do CDS-PP defendeu igualmente que todo o pessoal docente e não docente deve ter prioridade na vacinação.
"Mas isso não significa que o Governo desde já não possa tomar algumas medidas", como "o desconfinamento de algum pequeno comércio" que "pode desde logo começar ser idealizado se o Governo assim o desejar, mediante regras muito concretas de distanciamento físico, de ocupação de espaço por metro quadrado, do conjunto de normas que podem ser aplicáveis à ocupação dos espaços", salientou.
O presidente do CDS-PP deu o exemplo dos "barbeiros, os cabeleireiros e os esteticistas", considerando que são "um serviço de extrema necessidade que muitos portugueses neste momento têm necessidade de aceder e não podem" e propôs que sejam criadas "regras que desde já permitissem uma retoma".
O líder centrista falava aos jornalistas na sede do partido, em Lisboa, no final de mais uma audiência com Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, sobre a renovação do estado de emergência, que decorreu por videoconferência.
Na ótica do CDS-PP, podem retomar também gradualmente "as competições desportivas para os escalões mais jovens e, em concreto, aquelas modalidades que já estão identificadas pela Direção-geral da Saúde como de baixo e médio risco".
Apontando que "60% das novas infeções" em Portugal "são provocadas pela variante britânica", Rodrigues dos Santos pediu ainda o "reforço do controlo epidemiológico nas fronteiras", por exemplo através da obrigatoriedade de apresentação de teste negativo à infeção pelo novo coronavírus a viajantes provenientes de "países de elevado risco".
O democrata-cristão considerou ter havido "preocupação da parte do Governo" face à disseminação de novas estirpes.
No plano económico, o líder centrista apelou ao Governo que "faça rapidamente e com urgência chegar o dinheiro à economia" e "negoceie urgentemente em Bruxelas um prazo maior para amortização das moratórias".
Para o CDS-PP, o plano de desconfinamento "tem de ser cauteloso, faseado, muito simples e claro, porque o clima de confiança deve ser baseado na compreensão daquilo que vai ser feito".
Esta planeamento "não poderá ter duração muito longa", devendo o calendário ser fixado "até ao verão, com medidas setor a setor, aplicadas de forma faseada com base em indicadores e níveis de risco que devem ser interpretados de forma flexível pelo poder político", advogou também.
Rodrigues dos Santos pediu ainda ao Governo que "olhe para o desconfinamento que foi feito há um ano", para "se compreender aquilo que correu bem, o que correu mal e, sobretudo, para que o Governo não repita os mesmos erros e não continue a andar a reboque dos acontecimentos".
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