“É incompreensível que o Governo, a uma semana do arranque do ano escolar, não tenha definido, desenhado e implementado um projeto e um plano específico de transportes para estudantes entre as suas escolas e meio escolar, havendo o risco de termos de fechar as escolas pouco depois de as reabrirmos”, afirmou André Ventura no final de uma reunião sobre a evolução da covid-19 em Portugal, que juntou peritos, políticos e parceiros sociais, no Porto.
Censurando a atuação do executivo de António Costa em matéria de educação, André Ventura espera que “tudo corra bem” no regresso às aulas, mas acredita que há uma “grande probabilidade” de as coisas correrem mal.
O deputado avançou que o Chega entregou hoje, na Assembleia da República, um projeto de resolução para garantir que o transporte entre as casas dos estudantes e os respetivos meios escolares seja “feito, pensado e desenhado de forma mais segura”.
“Ficamos a saber que um dos principais problemas que podemos vir a ter em termos de contágio são os transporte, isso significa que era fundamental que existisse um plano de transportes articulado com as autarquias porque, se não o tivermos, vamos ter uma situação muito complicada na reabertura do ano escolar e, isso, pode obrigar ao encerramento de escolas e nós não podemos correr esse risco”, frisou.
André Ventura adiantou que na reunião ficou claro, pelos especialistas, que há o risco significativo de uma segunda vaga, ainda que seja possível conte-la.
Segundo o deputado, este é um risco sério e significativo, mas que o Governo continua a não validar e a não ter em conta.
Além disso, André Ventura lamentou que Portugal e a União Europeia (UE) sejam dos “blocos mais atrasados” no desenvolvimento de uma vacina.
O encontro de hoje foi o primeiro depois do verão e o primeiro a realizar-se no Porto e contou com a participação do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa - que saiu sem prestar declarações, ao contrário do que aconteceu em todas as outras reuniões - o primeiro-ministro, António Costa, o presidente da Assembleia da República, Ferro Rodrigues, bem como líderes e representantes partidários, patronais e sindicais.
A pandemia de covid-19 já provocou pelo menos 889.498 mortos e infetou mais de 27,1 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 1.843 pessoas das 60.507 confirmadas como infetadas, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
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