“Não faz sentido que os dirigentes políticos, ainda que sejam órgãos de soberania, tenham acesso ao processo de vacinação quando existem ainda milhares de idosos por todo o país que ainda não foram vacinados”, lê-se num comunicado.
O texto do partido da extrema-direita parlamentar defende que, “na mesma medida, não faz sentido absolutamente nenhum que sejam vacinados quando os bombeiros, que lidam diariamente com doentes covid, também ainda não tenham visto o seu processo de vacinação concluído”.
“O Chega é contra esta medida por considerar que há franjas da sociedade que precisam de ser vacinadas o quanto antes quer pela exposição ao vírus a que estão sujeitas diariamente, quer por estarem incluídas no grupo de maior risco, como é o caso dos idosos”, conclui o documento.
Hoje, no parlamento, o deputado único do Chega, André Ventura, que é ilegível para integrar este grupo prioritário de vacinação reiterou que recusa ser inoculado.
“Não vou ser vacinado. Ouvi hoje que os titulares dos órgãos de soberania terão prioridade na vacinação contra a covid-19 e quero deixar aqui muito claro que acho isto um erro colossal. É um erro colossal porque não temos de liderar só pelo exemplo. Temos de ser um exemplo para liderar”, sustentou Ventura, que é também presidente do partido de extrema-direita.
O dirigente do Chega acrescentou que “vacinar os políticos é um erro clamoroso” e, por isso, vai prescindir da vacinação nesta fase.
De acordo com um despacho, emitido na segunda-feira pelo primeiro-ministro e a que o Diário de Notícias (DN) teve acesso, os titulares de órgãos de soberania, deputados, funcionários da Assembleia da República, membros dos órgãos das Regiões Autónomas e presidentes de câmara, enquanto responsáveis da proteção civil, vão começar a ser vacinados na próxima semana.
Segundo a mesma notícia, também a Provedora de Justiça, os membros do Conselho de Estado e a magistratura do Ministério Público vão começar a ser vacinados na próxima semana.
O primeiro-ministro, António Costa, terá já enviado as "cartas aos órgãos de soberania para que estabeleçam as prioridades para inoculação em cada um dos serviços".
"De modo a que se possa programar com precisão este processo é essencial definir, entre estes titulares, a indispensável ordem de prioridade, tendo em conta a limitada quantidade de doses disponíveis em cada semana", especifica António Costa na mensagem enviada ao presidente da Assembleia da República, Ferro Rodrigues, a que o DN teve acesso.
No texto, o primeiro-ministro pede a Ferro Rodrigues que especifique os deputados, bem como a lista nominativa dos funcionários daquele órgão, "que devam ser considerados prioritários nesta fase".
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