Numa nota de imprensa divulgada ao início da tarde desta segunda-feira, o ministério da Administração Interna diz que a adoção de "medidas de reforço do controlo da circulação de passageiros provenientes do Reino Unido a fim de evitar a propagação da nova variante do vírus SARS-CoV-2, com efeitos praticamente imediatos" trouxe uma "situação difícil de gerir por parte das companhias aéreas, nomeadamente quanto à questão contraordenacional e quanto aos cidadãos que se preparavam para embarcar no Reino Unido com destino a Portugal e que não dispunham ainda de um teste negativo ao SARS-COV-2."

"Neste sentido", prossegue a nota, "o Governo já articulou com a ANAC no sentido de acautelar que seja tomado em consideração o curto espaço de tempo que foi dado às companhias aéreas para o cumprimento do referido diploma, mais se pretendendo que, transitoriamente, os cidadãos nacionais e legalmente residentes em Portugal que não sejam portadores de comprovativo de realização de teste negativo sejam encaminhados pelas autoridades competentes, à chegada a território nacional, para realização do referido teste no interior do aeroporto, através de profissionais de saúde habilitados para o efeito (ficando em isolamento nos termos definidos pelas autoridades de saúde)".

Segundo comunicados divulgados pelos ministérios da Administração Interna e da Saúde, em caso de não serem portadores de um comprovativo do teste negativo, os cidadãos serão conduzidos para “a realização do referido teste no interior do aeroporto, através de profissionais de saúde habilitados para o efeito”, ficando em isolamento.

A medida de restrição à entrada de passageiros oriundos do Reino Unido “será atualizada de acordo com a evolução da situação”, adiantam ainda as autoridades.

Isa Ramirez é uma das que já tinha decidido não viajar a Portugal este ano durante o Natal, apesar da angústia de não poder visitar a mãe, que reside num lar de idosos.

“Eu trabalho num supermercado e o meu empregador não me iria pagar durante a quarentena no regresso. Vou ter de falar com ela por videochamada com a ajuda de uma empregada do lar”, contou à Lusa, emocionada.

Esta lisboeta pensa que as pessoas, incluindo portugueses, deviam seguir as regras e evitar viajar nesta época para travar a transmissão do vírus, mas Renata Gomes justifica que “cada caso é individual” e que muitas pessoas têm razões fortes para querer ir a Portugal.

Vários países, incluindo Alemanha, França, Canadá, Holanda ou Itália, decidiram suspender todas as viagens a partir do Reino Unido, após o aparecimento de uma nova variante do SARS-CoV-2 que seria até 70% mais contagiosa.

Os países da União Europeia (UE) vão reunir-se hoje, ao mais alto nível político, para coordenar respostas à nova variante do SARS-CoV-2 descoberta no Reino Unido, numa reunião de emergência convocada pela presidência alemã do Conselho.

Nas últimas 24 horas, o Reino Unido registou 35 mil novas infeções, quase o dobro de há uma semana, enquanto que o número de mortos subiu em 236, para um total de 67.401 desde o início da pandemia covid-19.