Numa nota publicada na sua página na Internet, a CNJP, órgão dependente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), sublinha que esta pandemia representa um “desafio à solidariedade social. Só nesse espírito ela poderá ser vencida”.

“Uma pandemia faz correr o risco de ver no outro uma ameaça, alguém que nos pode contaminar. Há o risco de que prevaleça a mentalidade do ‘salve-se quem puder’, ou ‘cada um por si’. Também há o perigo do reforço da xenofobia, quando se encara o estrangeiro como potencial transmissor. Pelo contrário, o combate à pandemia exige uma consciência mais apurada do bem comum”, refere a nota do órgão liderado por Pedro Vaz Patto.

Segundo a CNJP, impõe-se, nesta ocasião, “superar uma mentalidade individualista”, desde logo limitando as deslocações ao essencial.

“Não há que pensar apenas nos perigos que corro, que serão maiores ou menores, mas nos riscos que correm outros, as pessoas mais vulneráveis. Não há que pensar tanto na contaminação de que eu possa ser vítima, mas na contaminação que eu, sem o saber, possa provocar noutros”, sublinha a nota.

Que “um dos efeitos desta pandemia seja o reforço da consciência coletiva de que somos todos diferentes, que muitos são mais pobres e necessitados do amor do próximo, ou seja, carentes de cada um de nós”, deseja ainda a Comissão Nacional Justiça e Paz, exortando também a que seja dado “todo o apoio aos profissionais de saúde, que nesta difícil situação se entregam sem reservas à sua tão nobre missão”.

Portugal registou na segunda-feira a primeira morte pelo novo coronavírus, anunciou a ministra da Saúde, Marta Temido.

Segundo o último boletim da Direção-Geral de Saúde (DGS), até segunda-feira foi feito o registo de 331 pessoas infetadas.

Portugal está em estado de alerta desde sexta-feira, e o Governo colocou os meios de proteção civil e as forças e serviços de segurança em prontidão.

Entre as medidas para conter a pandemia, o Governo suspendeu as atividades letivas presenciais em todas as escolas desde segunda-feira, e impôs restrições em estabelecimentos comerciais e transportes, entre outras.

O Governo também anunciou hoje o controlo de fronteiras terrestres com Espanha, passando a existir nove pontos de passagem e exclusivamente destinados para transporte de mercadorias e trabalhadores que tenham que se deslocar por razões profissionais.