“Gostaria de reforçar o apelo para que todos nós tenhamos em matéria deste risco epidémico, os mesmos cuidados de prevenção e evitarmos o alarmismo desnecessário” disse aos jornalistas António Costa, à margem da inauguração do Comando Regional de Emergência e Proteção Civil (CREPC) do Algarve da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), em Loulé, no distrito de Faro.
De acordo com o primeiro-ministro, a prevenção é um risco que responsabiliza toda a população, “podendo todos colaborar para aquilo que é o mais importante, que é reduzir os riscos de contaminação e de infeção”.
“É necessário que todos nos empenhemos em contar os riscos, contribuindo com o lavar as mãos, evitando o excesso de contactos, colocar as mãos na boca, nariz ou nos olhos”, sublinhou António Costa.
De acordo com o primeiro-ministro, “as autoridades trabalham com cenários para prepararem aquilo que tem de ser preparado para o caso de alguma eventualidade, mas que não pode ser confundido com previsão do que vá acontecer”, numa alusão às previsões avançadas pela diretora-geral da Saúde de que cerca de um milhão de portugueses poderiam ser infetados pelo Covid-19.
“Aliás, a senhora diretora-geral da Saúde já teve oportunidade de esclarecer que não se confundam o que são cenários com o que são previsões”, reforçou.
António Costa presidiu hoje às cerimónias do Dia Internacional da Proteção Civil que decorreram no concelho de Loulé, onde inaugurou duas infraestruturas da ANEPC, o CREPC do Algarve, situado na cidade de Loulé, e a Base de Apoio Logístico (BAL) em Quarteira.
As novas instalações do CREPC vão agregar o comando de operações de emergência, proteção civil e socorro, a coordenação institucional e operacional da estrutura regional da Proteção Civil, o comando integrado de todos os corpos de bombeiros e a gestão de meios e recursos de emergência.
A BAL vai apoiar as operações de emergência, proteção e socorro, com capacidade de armazenamento de equipamento, abastecimento e parqueamento de meios de reforço, bem como a instalação de uma força de resposta imediata dos bombeiros municipais de Loulé, com valências de socorro, combate a incêndios e emergência médica.
O investimento nas duas estruturas ascendeu aos 2,6 milhões de euros, suportados em 85% por fundos comunitários, tendo a Câmara de Loulé assegurado os restantes 15%.
Em Portugal, até ao momento, os 59 casos suspeitos que fizeram testes nos hospitais deram todos negativos de coronovirus, que dá origem a doença Covid-19.
O surto do novo coronavírus, que dá origem à doença, detetado em dezembro, na China, e que pode causar infeções respiratórias como pneumonia, provocou pelo menos 2.916 mortos e infetou mais de 84 mil pessoas, de acordo com dados reportados por 57 países e territórios.
Das pessoas infetadas, mais de 36 mil recuperaram.
Além de 2.835 mortos na China, há registo de vítimas mortais no Irão, Coreia do Sul, Itália, Japão, Filipinas, França, Hong Kong e Taiwan.
Dois portugueses tripulantes de um navio de cruzeiros encontram-se hospitalizados no Japão com confirmação de infeção.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou o surto de Covid-19 como uma emergência de saúde pública internacional e aumentou o risco para “muito elevado”.
A DGS manteve na sexta-feira o risco da epidemia para a saúde pública em “moderado a elevado”.
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