A presidente associação, Susana Batista, disse à agência Lusa que já questionou a Segurança Social, que tutela as creches, sobre o encerramento destes estabelecimentos, que remeteu uma resposta para decisão do Governo sobre o encerramento de escolas em Portugal.

“É o que for decretado. O Governo é que vai ter de definir o que vai acontecer às creches”, precisou Susana Batista, sublinhando que deve ficar claro qual o tipo de encerramento, uma vez que a antecipação das férias da Páscoa não se aplica às creches privadas porque estão sempre abertas.

A mesma responsável explicou que as creches públicas e privadas receberam orientações para fazer planos de contingência para o novo coronavírus.

Susana Batista referiu também que, na passada sexta-feira, a Segurança Social enviou para todas as creches “instruções claras” sobre como lidar com esta situação, nomeadamente medidas de prevenção, conselhos e informações da Direção-Geral da Saúde.

Segundo a presidente da ACPEEP, estas instruções permitem às creches saber o que podem fazer para “minimizar o risco”.

“As creches estão a funcionar normalmente e a vincular as medidas”, disse, ressalvando que as crianças não são grupos de riscos.

No entanto, a mesma responsável referiu que ainda “há coisas por esclarecer”, nomeadamente o que está previsto quando uma creche fechar por falta de funcionários que estejam de quarentena ou por falta de recursos.

Susana Batista recordou que os pais pagam uma mensalidade e, em caso de fecho, há a dúvida se vai ou não ser devolvido.

O novo coronavírus responsável pela Covid-19 foi detetado em dezembro, na China, e já provocou mais de 4.600 mortos em todo o mundo, levando a Organização Mundial de Saúde a declarar a doença como pandemia.

O número de infetados ultrapassou as 125 mil pessoas, com casos registados em cerca de 120 países e territórios, incluindo Portugal, que tem 78 casos confirmados.

A China registou nas últimas 24 horas 15 novos casos de infeção pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2), o número mais baixo desde que iniciou a contagem diária, em janeiro.

Até à meia-noite de quarta-feira (16:00 horas em Lisboa), o número de mortos na China continental, que exclui Macau e Hong Kong, subiu em 11, para 3.169. No total, o país soma 80.793 infetados.

Face ao avanço da pandemia, vários países têm adotado medidas excecionais, incluindo o regime de quarentena inicialmente decretado pela China na zona do surto.

A Itália é o caso mais grave depois da China, com mais de 12.000 infetados e pelo menos 827 mortos, o que levou o Governo a decretar a quarentena em todo o país.

Em Portugal, a Direção-Geral da Saúde (DGS) atualizou hoje o número de infetados, que registou o maior aumento num dia (19), ao passar de 59 para 78, dos quais 69 estão internados.

A região Norte continua a ser a que regista o maior número de casos confirmados (44), seguida da Grande Lisboa (23) e das regiões Centro e do Algarve, ambas com cinco casos confirmados da doença.

O boletim divulgado hoje divulgado assinala também que há 133 casos a aguardar resultado laboratorial e 4.923 contactos em vigilância, mais 1.857 do que na quarta-feira.