Em declarações à agência Lusa, Tiago Lopes referiu que, “neste momento, existem dois casos positivos identificados”, estando-se a “investigar contatos próximos”, para além da informação que será disponibilizada “nas próximas horas” dos resultados laboratoriais que “se está a aguardar”, sem especificar quantos.

O concelho da Povoação, na ilha de São Miguel, com cerca de 6500 habitantes, foi submetido a um cordão sanitário, até 13 de abril devido à existência de transmissão local de covid-19, sendo o segundo caso no país, após Ovar.

Tiago Lopes declara que os termos do cordão sanitário são semelhantes aos do caso de Ovar, ficando a população confinada ao espaço geográfico do concelho, sendo os acessos controlados por parte de agentes da PSP.

O responsável explicou que haverá lugar à adoção de “medidas específicas” para a Povoação “em todo semelhantes ao que foi aplicado em Ovar”, havendo “restrições à circulação na via pública”, sendo que “alguns dos serviços irão ser encerrados”, permanecendo abertos “alguns serviços essenciais”.

Em comunicado emitido ao final da tarde, o Governo dos Açores refere que “após recomendação" das autoridades de saúde concelhia e regional, de ter ouvido o município da Povoação e, "em articulação prévia" com o representante da República para os Açores”, determinou o estabelecimento de um cordão sanitário no concelho, até 13 de abril.

“Esta decisão, que se afigura fundamental para a proteção da saúde pública, surge da necessidade de conter a população da Povoação no seu concelho, onde, nas últimas 24 horas, foram registados vários casos positivos pelo novo coronavírus”, declara o executivo açoriano.

Foi, assim, determinado “interditar a circulação e permanência de pessoas na via pública naquele concelho, exceto para deslocações necessárias e urgentes, devidamente autorizadas pela Autoridade de Saúde Regional”.

Segundo o Governo Regional, “tendo-se verificado casos de transmissão local, foi considerado, assim, necessário proceder a esta contenção de mobilidade da população para permitir a identificação dos contactos próximos dos casos positivos, com vista à respetiva colheita de amostras biológicas para análise laboratorial”.

A Autoridade de Saúde Regional alerta que “o não cumprimento do período obrigatório de quarentena constitui crime de desobediência e, como tal, será apresentada queixa dos infratores às autoridades judiciais”.

Hoje foram detetados mais 15 casos positivos de covid-19 em quatro ilhas da região.

Foram detetados seis casos em São Miguel, dois na Terceira, cinco no Pico e dois no Faial.

No caso de São Miguel, a ilha mais populosa, foram diagnosticados dois homens, de 38 e 47 anos, e quatro mulheres, três delas entre 19 e 33 anos e uma com 80 anos.

Deste grupo, quatro casos “têm história de viagem recente ao exterior da região”.

A Autoridade de Saúde Regional dos Açores refere, em relação aos casos da Terceira, que se trata de um homem e uma mulher, com 50 e 47 anos, respetivamente, estando “relacionados com o caso detetado sábado na ilha”.

Os cinco casos positivos da ilha do Pico incluem dois homens, de 42 e 71 anos, e três mulheres, pertencendo “ao mesmo agregado familiar”, sendo que “dois indivíduos estiveram recentemente no estrangeiro”.

Na ilha do Faial, correspondem a um homem, com 43 anos, e uma mulher, com 42 anos, sendo que “estão relacionados e ambos têm história de deslocação recente ao exterior da região”.

Segundo a Autoridade de Saúde, “todos apresentam situação clínica estável e estão, de momento, no domicílio”.

Com mais estes quinze casos, sobe para 42 os infetados pelo covid-19 nos Açores.

Em Portugal, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde, registaram-se 119 mortes, mais 19 do que na véspera (+19%), e registaram-se 5.962 casos de infeções confirmadas, mais 792 casos em relação a sábado (+15,3%).

Dos infetados, 486 estão internados, 138 dos quais em unidades de cuidados intensivos, e há 43 doentes que já recuperaram.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 667 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 31.000.

Dos casos de infeção, pelo menos 134.700 são considerados curados.

Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.