Donald Trump afirmou na quinta-feira que investigadores estavam a analisar o efeito de desinfetantes sobre o novo coronavírus, aproveitando o seu ‘briefing’ diário na Casa Branca para perguntar aos jornalistas e a uma especialista presente na sala se a inserção desses químicos nos pulmões poderia ser uma possibilidade de cura.
“Fiz uma pergunta sarcasticamente aos jornalistas”, declarou hoje o Presidente norte-americano, quando questionado sobre os seus comentários acerca da eficácia de desinfetantes para combater a pandemia de covid-19.
Horas antes, a porta-voz da Casa Branca Kayleigh McEnany tinha oferecido uma outra explicação, referindo que as palavras do Presidente tinham sido tiradas do contexto.
“O Presidente disse repetidamente que os americanos devem consultar médicos sobre o tratamento para o coronavírus”, disse Kayleigh McEnany, num comunicado.
A mensagem do Presidente causou alarme na empresa que fabrica os desinfetantes Lysol e Dettol, que emitiu um comunicado a contrariar “recentes especulações”, sem, contudo, mencionar a observação de Trump.
“Como líderes globais em produtos de saúde e higiene, queremos deixar claro que, sob nenhuma circunstância, os nossos produtos desinfetantes devem ser administrados no corpo humano (por injeção, ingestão ou qualquer outra via)”, anunciou a empresa Reckitt Benckiser, em comunicado.
Os investigadores procuram testar o efeito de desinfetantes na saliva e nos fluidos respiratórios, em ambiente de laboratório, explicou William Brian, do setor de Ciência e Tecnologia do Departamento de Segurança Interna, numa informação que provocou o comentário do Presidente.
Os Estados Unidos já registaram mais de 800.000 casos de infeção com o novo coronavírus, com cerca de 50.000 mortes.
A nível global, segundo um balanço da AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 200 mil mortos e infetou mais de 2,7 milhões de pessoas em 193 países e territórios.
Mais de 720 mil doentes foram considerados curados.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
Para combater a pandemia, os governos mandaram para casa 4,5 mil milhões de pessoas (mais de metade da população do planeta), encerraram o comércio não essencial e reduziram drasticamente o tráfego aéreo, paralisando setores inteiros da economia mundial.
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