Ana Silva considerou que este é “um passo importante”, porque se trata de um grupo etário “que tem sido a maior vítima desta pandemia”.

“Este é o grupo que preocupa imenso a saúde e as famílias. Muitas destas pessoas vivem sozinhas, necessitando do apoio da família, que tem de ir para os seus empregos e que ao fim do dia prestam cuidados aos pais em casa”, acrescentou a responsável pela vacinação do Agrupamento de Centros de Saúde [ACeS] do Pinhal Litoral.

Os camarotes VIP e a zona presidencial do Estádio Dr. Magalhães de Pessoa, em Leiria, foram transformados numa unidade de vacinação num projeto-piloto, que arrancou hoje com a vacinação a 204 utentes da Unidade de Saúde Familiar D. Diniz com mais de 80 anos e a maiores de 50 anos com patologias definidas na norma da Direção-Geral da Saúde (DGS).

Aos 99 anos, Maria José Pereira não queria tomar a vacina. Tinha medo. “Para quê a vacina? Nunca apanhei nenhuma. E na minha idade há que ter medo”, contou à Lusa.

Acompanhada pela filha, a idosa revelou que nem medicamentos toma, à exceção de “um para as dores”, porque a fratura do fémur deixou mazelas.

“Toda a vida trabalhei e ainda hoje faço o meu almoço e as coisas em casa”, orgulha-se.

A filha, Florinda Pereira, sublinhou que a inoculação da mãe é uma preocupação a menos, já que trabalha e tem sempre “receio” de transmitir o vírus.

Para Ana Silva, a capacidade de vacinação do ACeS é grande, pelo que estão “preparados” para continuar a vacinação em todos os concelhos do Pinhal Litoral.

“Não podemos controlar a falta de vacinas. Mas à medida que as vacinas vão chegando serão consumidas semanalmente. A vacinação deste grupo etário é uma lufada de ar fresco. Estes idosos estarem vacinados é um sossego para as famílias, que começam a ir a casa dos pais sem medo de os contaminar”, adiantou a responsável.

Apesar de salientar a importância de manter todos os cuidados com a utilização da máscara e distanciamento, Ana Silva considerou que a partir de agora os encontros serão “mais descontraídos e com menos ansiedade”.

Ana Silva revelou ainda que não houve qualquer “reação anafilática” em Leiria e, por isso, aconselhou os idosos a responderam à chamada. “Não tenham medo de tomar a vacina."

Até quinta-feira, o ACeS Pinhal Litoral já vacinou cerca de 7.000 pessoas, do primeiro grupo prioritário definido pela DGS.

“Por vezes, temos a vacinação programada e avisam-nos de manhã que temos um idoso com febre. Imediatamente a vacinação desse lar é suspensa”.

O modelo utilizado hoje no estádio será “para replicar noutros concelhos”, cuja vacinação iniciar-se-á “assim que as vacinas cheguem”.

Ana Silva revelou ainda que a vacina da AstraZeneca começará a ser administrada na segunda-feira a 240 bombeiros do ACeS Pinhal Litoral, menores de 65 anos.

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