No discurso durante a sessão solene das comemorações do 125.º aniversário dos Bombeiros de Ovar, no distrito de Aveiro, o ministro começou por realçar a forma como, num ano tão difícil para todos os portugueses, os bombeiros em todo o país, mas de uma forma muito especial em Ovar, “estiveram à altura de responder àquilo que foi o desafio das populações”.

Cabrita realçou ainda que, pelo segundo dia consecutivo, Portugal registou zero mortes por covid-19, adiantando que os bombeiros foram fundamentais para esta resposta, porque “não deixaram de acorrer a tudo aquilo que já faziam” e “responderam à pandemia com coragem e determinação”.

“Ontem [sábado] e hoje [domingo] a Direção-Geral da Saúde, pela primeira vez em dois dias seguidos, não registou a perda de nenhuma vida”, disse, sem se referir ao aumento da incidência de casos de covid-19 na região de Lisboa e Vale do Tejo.

Eduardo Cabrita constatou ainda que a pandemia “mudou as vidas [de todos]” e “foi o maior teste à maturidade da democracia [portuguesa], à maturidade das instituições, à maturidade do sistema de proteção e socorro”.

À beira de iniciar em junho o período mais complexo do combate aos incêndios rurais, o ministro afirmou que o Governo tem vindo a fazer “um caminho essencial de fortalecimento do sistema de proteção civil”.

Como exemplo, deu a aposta no reforço das Equipas de Intervenção Permanente (EIP) que aumentaram 70% desde 2017, quando assumiu funções de ministro da Administração Interna, após os trágicos incêndios de outubro desse ano que vitimaram 51 pessoas.

“Vamos começar este período ultrapassando a marca de mais de 400 EIP em todo o país, com as últimas 60 que foram constituídas”, sublinhou.

O ministro referiu ainda que o Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Rurais (DECIR) para 2021 contará com o maior número de sempre de meios envolvidos, ultrapassando pela primeira vez os 12 mil efetivos, a maior parte dos quais são bombeiros voluntários e 60 meios aéreos, sem esquecer o reforço em 5% da remuneração atribuída aos Bombeiros que intervêm no período de maior risco de incêndios rurais.

“Nestes três últimos anos tivemos sempre menos de 50% da área ardida do que a média de todos os anos do século e menos de 50% de ocorrências do que essa média de todos os anos do século e não houve a perda de nenhuma vida civil”, observou o governante.