“Estamos muito animados com a natureza robusta e consistente destes dados iniciais”, afirmou George Yancopoulos, presidente e diretor científico da Regeneron. "Começámos a discutir as nossas descobertas com as autoridades regulatórias à medida que continuamos com o nosso teste em andamento", acrescentou.

Os resultados decorrem dos primeiros 275 pacientes recrutados para o estudo de fase 1 dos testes da Regeneron.

Os pacientes foram aleatoriamente designados para receber uma dose baixa, uma dose alta ou um placebo da droga, e também foram classificados de acordo com a resposta positiva ou negativa dos anticorpos gerados.

O maior benefício do tratamento tem ocorrido em pacientes que não geraram a sua própria resposta imune efetiva, o que sugere que a droga, conhecida como REGN-COV2, poderia atuar como substituta na ausência dos anticorpos, que são gerados naturalmente, segundo Yancopoulos.

A Regeneron afirmou que vai recrutar 1.300 pacientes para os próximos estágios do teste em ambulatório. A empresa está também a conduzir simultaneamente estudos de fase tardia para pacientes de covid-19 hospitalizados e para o uso potencial do medicamento como profilaxia.

Os anticorpos são proteínas de combate a infecções produzidas pelo sistema imunológico que podem ligar-se a estruturas específicas na superfície dos patógenos e impedir que invadam as células. As vacinas, por seu lado, funcionam ao ensinar o corpo a produzir os seus próprios anticorpos.

A Regeneron utiliza uma estratégia multicorpos para diminuir as chances de o vírus sofrer mutação para evitar a ação bloqueadora de um único anticorpo, uma abordagem que a empresa detalhou num estudo recente publicado na revista Science.

No ano passado, um cocktail de anticorpos triplo desenvolvido pela Regeneron mostrou-se eficaz contra o vírus Ebola.

Também nesta terça-feira, a empresa de biotecnologia Moderna, uma das líderes na corrida por uma vacina contra a covid-19, divulgou os resultados do seu ensaio clínico de fase 1, segundo os quais o seu medicamento é seguro e gerou forte resposta imunológica entre um grupo de 40 adultos mais velhos.

A fase 3 da Moderna, última etapa anterior à aprovação, também está em andamento e os primeiros resultados poderão ser divulgados até ao final do ano.